REINALDO SILVA
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Primeiro de dezembro é o Dia Mundial de Combate à Aids (sigla em inglês para síndrome da imunodeficiência adquirida). A data é uma oportunidade para apoiar pessoas e organizações envolvidas na luta contra a disseminação do HIV (vírus da imunodeficiência humana) e promover ações de conscientização sobre a prevenção.
A Aids se caracteriza pelo enfraquecimento do sistema imunológico do corpo. Com o organismo mais vulnerável, o paciente fica exposto às doenças oportunistas, por exemplo, tuberculose, toxoplasmose e alguns tipos de câncer.
No Noroeste do Paraná, os diagnósticos de HIV cresceram gradativamente ao longo dos últimos anos. Em 2020 os municípios da região somaram 12 notificações; em 2021 foram 27; em 2022 os registros subiram para 32; em 2023 já são 47.
A presença do vírus não significa necessariamente que o paciente tenha Aids. Os sintomas da doença podem levar anos para se manifestar, especialmente quando o diagnóstico precoce é seguido do tratamento antirretroviral.
Dados preliminares da 14ª Regional de Saúde indicam que a quantidade de pessoas com Aids se mantém em uma linha de estabilidade, com variações para cima ou para baixo. Em 2020 o Noroeste do Paraná identificou nove casos da doença; em 2021 os municípios somaram 16 notificações; em 2022 o número caiu para sete; em 2023 a parcial é de 11.
Técnica da Vigilância Epidemiológica da 14ª Regional de Saúde, Maria da Penha Francisco destaca que a diferença entre os quadros de HIV e Aids pode ser explicada pela qualidade dos serviços oferecidos pela rede pública de saúde.
Os testes rápidos gratuitos são feitos em todos os municípios por profissionais capacitados, com resultado em 15 minutos. Se for reagente para HIV, o paciente é encaminhado para uma consulta com médico infectologista, que pedirá novos exames a fim de comprovar a carga viral no organismo e investigar as condições de saúde.
Se a Aids não tiver se manifestado, a opção por iniciar imediatamente o tratamento com medicação antirretroviral é do paciente. Na situação contrária, ou seja, com a comprovação da doença, a decisão é do médico.
Maria da Penha informa que os remédios não proporcionam a cura, mas reduzem a carga viral a ponto de deixá-la indetectável, sem risco de transmissão. Manter o tratamento medicamentoso e adotar hábitos saudáveis de vida prolongam o tempo sem qualquer sinal da Aids.
População – A técnica da 14ª Regional de Saúde afirma que todos os grupos da população estão sujeitos ao contágio, mas alguns são mais vulneráveis que outros.
A recomendação é que o teste de HIV seja feito semestralmente por gays, homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo, travestis, transexuais e pessoas que fazem uso abusivo de álcool e outras drogas.
A frequência deve ser anual para adolescentes e jovens com até 30 anos de idade. Já para gestantes, a indicação é de uma vez a cada trimestre da gravidez e no momento do parto.
Fora desses grupos, Maria da Penha orienta todas as pessoas a fazerem o teste rápido pelo menos uma vez por ano ou sempre que se expuserem a situações de risco. O processo é sigiloso e os resultados são usados para fins estatísticos.
Nos municípios do Noroeste do Paraná, a maioria dos pacientes com Aids é formada por homens – representam 71,29% do total. Conforme os números preliminares da 14ª Regional de Saúde, desde 2014 foram 303 positivados do sexo masculino e 122 do sexo feminino.
Paranavaí – Nesta quinta-feira, técnicos de enfermagem de Paranavaí participaram de uma capacitação desenvolvida a partir de uma parceria entre a 14ª Regional de Saúde e o Sistema Integrado de Atendimento em Saúde (Sinas).
Além de atualizar informações sobre testagem e diagnóstico de HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis, foi uma preparação para a ação deste sábado (2): durante toda a manhã, a equipe do Sinas estará no calçadão central de Paranavaí com testes rápidos para a população.
Sinas – Em Paranavaí, os testes rápidos de HIV e outras ISTs são feitos de segunda a sexta-feira no Sinas, na Rua Rio Grande do Norte, 1.840. Nos demais municípios da região, é preciso ir até uma unidade básica de saúde.