Adaptação é uma palavra recorrente no vocabulário das crianças e adolescentes em diferentes fases da vida. Em decorrência da pandemia, nos últimos meses, esse processo foi ainda mais impactante, especialmente por conta do afastamento da escola e das atividades diárias habituais. Neste dia 12 de outubro, quando o Brasil celebra o Dia das Crianças, a data que tradicionalmente festeja a infância ganha novos significados. Como celebrar com segurança em meio ao processo de ressocialização?
A retomada das aulas presenciais, o reencontro com os amigos, e a volta da rotina podem gerar sentimentos diferentes em cada criança. Para a psicóloga do Marista Escola Social Ir Lourenço, Michele Santiago, anseios e dúvidas podem surgir nessa fase, inclusive nas atividades recreativas como passeios e encontros em família. “É importante que os pais e responsáveis sinalizem que esse é um aprendizado e uma adaptação para todos, que o tempo já nos permite algumas interações, mas que os cuidados permanecem, e que ao sentir qualquer dúvida ou anseio, elas podem questionar, conversar. O processo de escuta nessa hora é fundamental”, revela.
Adaptação constante – Com a retomada de algumas atividades da família, as crianças podem expressar os sentimentos de maneiras diferentes. Ansiedade, angústias, medos ou até uma timidez excessiva. Michele relembra que a maioria desses comportamentos podem ser percebidos na principal ação das crianças: o brincar. “Elas utilizam o brincar livre para mostrar como se sentem, suas conexões com o mundo, o que estão com vontade de fazer, se é algo intenso ou mais lúdico. O ato de brincar auxilia os pais nessas percepções”, reforça.
Para a psicóloga, neste momento é importante celebrar a data buscando entender suas necessidades e oferecendo atividades que possam ser realizadas de forma livre. “O brincar é uma potente ferramenta de interação com o mundo, de exploração da criatividade e de desenvolvimento. O ato fortalece as conexões com pais, avós, familiares e amigos, e com ideias simples, é possível adentrar nesse mundo, celebrar, e claro, garantir o bem estar das crianças”, comenta.
Para o Dia das Crianças, a psicóloga Michele Santiago pontua algumas dicas de passeios e atividades celebrativas que podem ser realizadas com segurança. Confira:
Passeios históricos pela cidade – Que criança não gosta de uma boa história? Ao passear por pontos da cidade como praças e parques, os pais e responsáveis têm a oportunidade de explorar a narrativa, comentar acontecimentos da cidade, shows que aconteceram, uma chuva forte que caiu, uma modificação na praça ou até marcos da própria família. Abra a possibilidade de perguntas e interação. “O passeio ao ar livre pode ser feito com segurança da máscara e do distanciamento e ainda garante boas horas de novas histórias para comentar”, pontua.
Piqueniques – Uma atividade adorada pelas crianças e cheia de boas oportunidades para a conexão com a natureza. Os piqueniques podem ser realizados em praças e parques que permitem essa atividade. Os pais e responsáveis também podem envolvê-los na escolha dos alimentos ou na preparação das receitas.
Cinema na rua – Toda criança gosta de compartilhar uma boa história. Que tal montar um cinema na rua ou no pátio do prédio? A projeção de filmes divertidos pode ser uma celebração para ser vivenciada com os vizinhos e amigos, com toda a segurança. Vale preparar a pipoca, ingressos e tudo mais que as crianças têm direito.