REINALDO SILVA
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Ontem, a Ala Covid da Santa Casa tinha dois pacientes internados, ambos na Enfermaria, moradores de Alto Paraná e Guairaçá. A comparação com o primeiro semestre deste ano é inevitável. No dia 3 de junho, a ocupação de leitos chegou a 100% e havia 43 pacientes do Noroeste do Paraná esperando por vagas, sendo 17 na UTI. A lotação máxima também foi registrada frequentemente em meses anteriores – fevereiro e maio, por exemplo. A mudança de cenário é evidente, resultado do avanço na estratégia de vacinação contra o coronavírus.
Significa que não há mais riscos? A chefe de Vigilância Epidemiológica da 14ª Regional de Saúde, Samira Silva, responde: “Os cuidados sanitários precisam ser mantidos”. A pandemia ainda não acabou, e a identificação da nova variante do coronavírus, a ômicron, acende o sinal de alerta. Tem se espalhado em ritmo acelerado e já responde por mais de 90% das infecções na África do Sul, país onde foi detectada pela primeira vez.
Cientistas de todo o mundo unem esforços para descobrir detalhes sobre a ômicron, mas o comportamento do vírus ainda não foi completamente desvendado. O que se sabe, explica Samira Silva, é que a transmissibilidade é alta – talvez tanto quanto ou até mais do que a delta. Também é crucial identificar de que maneira reage o sistema imunológico das pessoas que foram vacinadas e contraíram a nova variante.
O Paraná é um dos estados com melhores índices de vacinação. Até a tarde de ontem, a Secretaria de Saúde (Sesa) apontava os seguintes números: 9.029.039 pessoas receberam a primeira dose; 7.559.880 tiveram a segunda aplicação; e 324.873 receberam a dose única. Conforme a última atualização da Sesa, 1.585.237 paranaenses contraíram a Covid-19 desde o início da pandemia e 40.630 morreram. Não houve registro de óbito nas últimas 24 horas.
Síndromes respiratórias – Não é somente circulação da nova variante do coronavírus que preocupa. Samira Silva chama a atenção para a existência de outras síndromes respiratórias. Pelo menos cinco estados brasileiros identificaram surto de gripe provocada pelo vírus A H3N2: Rondônia, Bahia, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro. De acordo com o último boletim da Sesa, até o dia 22 de novembro não tinham sido detectados casos no Paraná.
Samira Silva destaca que pode haver subnotificação. Até agora, sintomas de síndromes respiratórias eram investigados como suspeitos de Covid-19. O uso de máscaras de proteção facial e a higienização constante das mãos, hábitos comuns durante a pandemia, também são estratégias que diminuem os riscos de contágio por outros tipos virais. Outro ponto a ser considerado é o alcance vacinal contra os vírus mais agressivos, por exemplo, o A H3N2. O Paraná tem mais de 80% da população-alvo imunizada.
Mesmo com o Estado apresentando percentual elevado de vacinação, a Sesa ampliou a distribuição do imunizante para todas as pessoas com mais de 6 meses de idade. As doses estão disponíveis em todas as unidades de saúde e a recomendação é que os moradores se dirijam o quanto antes até esses pontos para que sejam vacinados.