Condição benigna afeta de 10% a 20% das crianças e deve ser diferenciada de doenças mais graves
As chamadas “dores de crescimento” são uma queixa comum entre crianças, especialmente entre 3 e 6 anos de idade. Embora o nome possa sugerir uma relação direta com o crescimento ósseo, especialistas afirmam que a causa exata ainda não é totalmente compreendida.
De acordo com a médica pediatra Agnes Andrade, esse tipo de dor é uma condição benigna, recorrente e autolimitada, afetando entre 10% e 20% das crianças. “As dores em membros são comuns. As mais frequentes são as dores noturnas recorrentes em membros, que são benignas e receberam o nome de ‘dor de crescimento’, termo adotado desde o século 19”, explica.
O quadro se caracteriza por episódios de dor nos membros inferiores, especialmente na parte anterior das coxas, canelas, panturrilhas e atrás dos joelhos. Em 80% dos casos, a dor ocorre de maneira bilateral. Os episódios surgem à noite ou de madrugada, podendo ser intensos a ponto de levar a criança ao choro. Mas na manhã seguinte, os sintomas desaparecem completamente, sem deixar sequelas ou comprometer a locomoção.
“O exame físico da criança com dor de crescimento é normal. Ela caminha normalmente, sem deformidades, restrição de movimentos ou sinais de fraqueza muscular”, esclarece a médica. Apesar de serem inofensivas, as dores precisam ser diferenciadas de doenças mais sérias. “A presença de articulações inchadas, massas palpáveis, dor ao movimento dos membros ou à palpação indicam a necessidade de exames de laboratório e de imagem em busca de outros diagnósticos”, alerta a pediatra.
A frequência dos episódios varia, podendo ocorrer com intervalos de dias, semanas ou até meses. Alguns pais observam uma relação entre o aumento da atividade física e o surgimento das dores, mas essa ligação não é uma regra. Caso a criança apresente sintomas persistentes ou atípicos, é fundamental buscar avaliação médica para um diagnóstico preciso.
SERVIÇO
Agnes Andrade – Médica pediatra (CRM 42.960 // RQE 31.841)
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