ADÃO RIBEIRO
Presidente da Câmara de Vereadores de Paranavaí, o médico Leônidas Fávero Neto confirmou ao Diário do Noroeste que já trabalha a sua pré-candidatura a deputado estadual, mesmo diante da indefinição do cenário paranavaiense, em compasso de espera pela decisão do prefeito Carlos Henrique Rossato Gomes (KIQ), apontado também como possível postulante no grupo que conta ainda com o deputado Tião Medeiros. Ele deixa a Assembleia Legislativa para pleitear uma cadeira na Câmara Federal.
Ressaltando que não fala em nome das outras lideranças, Leônidas vê que neste momento a tendência é que KIQ não seja candidato, diante das dificuldades próprias de uma renúncia ao cargo de prefeito, que teria que acontecer até abril do ano que vem. Por outro lado, o gestor não esconde que uma decisão passa por questões familiares, já que envolve, entre outros fatores, a mudança para Curitiba e viagens constantes a Paranavaí e cidades da base eleitoral em caso de vitória.
Independentemente das definições em curso, o presidente da Câmara reitera que começa a viajar aos municípios da região e fazer contatos com lideranças. Ele lembra que o primeiro passo é ouvir os vários setores e se apresentar como pré-candidato. O deputado Tião Medeiros confirmou ter ouvido do próprio Leônidas que vai trabalhar pela candidatura. Na mesma linha já apresentada, Medeiros considera indefinida a situação de KIQ.
Representatividade – Leônidas entende que há uma preocupação com a representatividade no cenário estadual, já que a saída de Tião Medeiros da disputa para a Assembleia exige a união em torno de um novo nome, sob pena de correr o risco de ficar sem um parlamentar em Curitiba. O médico insiste que a decisão passa por Medeiros, inclusive, com o apoio.
A opção por já construir a pré-candidatura segue um roteiro traçado pelo médico há algum tempo. Em entrevista concedida ao DN e publicada no dia 19 de junho, Fávero havia estipulado o mês de julho para uma decisão. Como não há definição pública de KIQ, mas uma tendência maior que não dispute, o presidente da Câmara revolveu iniciar as tratativas. O tempo é um aliado, pois Fávaro tem até a metade do ano que vem para decidir. As convenções acontecem de 20 de julho a 5 de agosto de 2022, quando as chapas são oficializadas pelos partidos.
Filiação – Antes, porém, há outra decisão que pode ser determinante para o sucesso no pleito: a filiação partidária. Atualmente no Cidadania, que tem no deputado federal Rubens Bueno sua principal liderança paranaense, o presidente da Câmara admite que pode até permanecer. Vai manter conversações com o diretório.
Outro caminho possível é se mudar para o Podemos, partido do prefeito KIQ e que se destaca por ter em suas fileiras os três atuais senadores da República pelo Paraná: Álvaro Dias, Flávio Arns e Oriovisto Guimarães. No plano estadual, Leônidas tem relação de amizade com César Silvestri Filho, de Guarapuava, considerado uma das principais lideranças da sigla.
Mas, a política é dinâmica. Por isso, outros caminhos não estão descartados. Leônidas só faz questão de que seu partido seja alinhado ao governador Ratinho Júnior, candidato natural à reeleição em 2022. Nesta vertente, não se descarta o MDB, hoje com algumas correntes internas divergentes no plano estadual.
Paranavaí tem outras lideranças que devem opinar ou entrar no jogo até as convenções. Um dos candidatos certos na disputa é o vereador Roberto Picoreli, o Pó Royal. Nesta semana ele foi convidado pelo DN para uma entrevista, mas informou (via assessoria) que prefere avançar na composição da chapa para a dobradinha, ou seja, o nome do deputado federal. Outros são citados sempre que o assunto é eleição, seja para a disputa ou como apoio.
Entre eles, o agroindustrial Mauricio Ghelen, o ex-prefeito Rogério Lorenzetti e o ex-deputado estadual Antonio Teruo Kato, que já se aposentou das disputas pelo voto, posição confirmada ao Diário do Noroeste. O fato de não disputar o mantém como um apoiador privilegiado, já que desfruta de prestígio junto ao eleitor.
Ainda em Paranavaí, também o PT estuda a possibilidade de lançar uma candidatura. O assunto deve ser debatido “mais pra frente”, como disse recentemente o ex-vereador e candidato a prefeito no ano passado, César Alexandre dos Santos.
Região – O leque se abre ainda mais quando saímos de Paranavaí. Atual prefeito de Terra Rica e presidente da Amunpar (Associação dos Municípios do Noroeste Paranaense), Julio Leite é citado para o pleito de deputado estadual e confirmou ao DN recentemente que analisa tal possibilidade. O mesmo acontece com o prefeito de Santa Cruz de Monte Castelo, Fran Boni, que condiciona a candidatura ao cenário regional e às regras eleitorais, com adoção do chamado voto distrital. Por fim, o prefeito de Nova Londrina, Vico Bono, igualmente é citado quando está em pauta a representatividade do chamado “fundão” do Noroeste.