Edwirge Vieira Franco: uma vida dedicada ao próximo e a Deus por meio da educação

“A minha vida é um curso de aperfeiçoamento, em que o currículo é enriquecido com muitos versículos bíblicos”. Esta é a definição que a professora doutora Edwirge Vieira Franco faz da própria vida. Nesta terça-feira (17), ela celebra mais um ano de vida e, em comemoração, concedeu entrevista ao Diário do Noroeste para falar sobre carreira e vida pessoal.

Graduada em Geografia, Estudos Sociais e Pedagogia, Edwirge se especializou em Administração e Supervisão Escolar e Psicologia da Educação, área em que se dedicou durante 40 anos. Na trajetória acadêmica chegou a conquistar um doutorado “com louvor” na Universidad de León, na Espanha, concedido pelo reitor Ángel Penas Merino em nome do rei Juan Carlos I.

Durante as quatro décadas de trabalho, dividiu-se entre lecionar nos ensinos fundamental, médio e superior, foi diretora em escolas, colégios e instituições de ensino superior e chegou a ocupar os cargos de secretária municipal de Educação e inspetora regional de ensino.

Quando questionada sobre a preocupação em ensinar, deixou claro que optou em seguir este caminho porque sempre acreditou que a educação esculpe e liberta as pessoas.

Profissional dedicada e interessada pelo conhecimento, Edwirge também se aventurou pela arte de comunicar. Foi apresentadora de programas de televisão e rádio e escreveu colunas para revistas. Segundo ela, fez tudo isso para agradecer o dom da comunicação.

Os 40 anos de vida profissional lhe resultaram dezenas de títulos e honrarias, destacando-se o título de Cidadã Honorária de Paranavaí. Apesar do grande reconhecimento, buscou sempre manter a humildade, revelando o próprio caráter.

Confira a entrevista realizada anteriormente pelo DN em celebração ao aniversário de Edwirge Vieira Franco:

Seu currículo acadêmico é extenso. Por que tantas formações, professora? 

“A vida é valiosa, mas exige planejamento, estudo e qualificação, e também porque o conhecimento alimenta a alma e aperfeiçoa o ser humano.”

O seu conhecimento e a sua crença a levaram a escrever cinco livros cristãos, todos com 10 a 15 mil impressões, todas revertidas para doação. Por que optou por este caminho?

“Eu tinha um nome bem conhecido na região, então me sentia na obrigação de fazer algumas reflexões para que muitas pessoas realmente entendessem que o bem e o amor fazem a diferença em todas as áreas da nossa vida e também para mais um alerta de que aqui só estamos de passagem. Os livros foram os meios que eu poderia usar.”

Após o lançamento dos livros, Dom Sérgio Aparecido Colombo, à época Bispo Diocesano de Paranavaí, fez questão de lembrar: “Ela enfoca temas importantes e que perpassam a realidade, exigindo argumentações claras e convincentes. Busca na palavra de Deus os elementos para cada situação apresentada”, disse.

Agora, na sua aposentadoria, olhando para trás, o que você aprendeu com a vida, professora Edwirge? 

“Eu aprendi a compreender as pessoas, por isso não sou ferida por ninguém. Por exemplo, se me pagam o bem com o mal, consigo detectar se foi por inveja ou medo e aí busco os motivos.”

Quais emoções sentiu ao se aposentar?

“Uma grande felicidade ao constatar que posso dizer ‘eu vivi, eu lutei, eu senti, eu sofri, mas venci’. Não passei pela vida em ‘brancas nuvens’, como disse o poeta.”

Da vida profissional, só restou a saudade? 

“Saudade é um sentimento de prostração. Como vivi tudo com muita intensidade, o que restou são prazerosas recordações. Olho para trás com muita gratidão.”

E em relação ao futuro?

“Como diz a música: ‘Porque Ele vive, posso crer no amanhã, temor não há’. Como só vou deixar o que aqui plantar, vou plantar boas sementes. Como só vou levar o que aqui vivi, então vou viver o que eu quero levar.”

Se a vida quisesse lhe presentear, o que você pediria? 

“Já quis muitas coisas na vida, mas hoje só quero viver com paz, com harmonia. Mas como não sou orgulhosa, se a vida me der algo a mais, vou dizer ‘bem-vindo’.”

Edwirge Vieira Franco conquistou o carinho e admiração de muitas lideranças de Paranavaí e região. A poetisa paranavaiense Cleuza Cirino Penha deixou registrado sobre ela: “É uma personalidade incrivelmente dinâmica, uma grande executiva que sempre deixou transparecer sua competência, seu lado humano e cristão”, escreveu.