NATHALIA GARCIA
DA FOLHAPRESS
Os saques em cadernetas de poupança superaram os depósitos em R$ 19,665 bilhões no mês de janeiro deste ano, segundo dados divulgados pelo Banco Central, nesta sexta-feira (4). Esse é o maior volume de retirada líquida para um único mês na série histórica do BC, iniciada em janeiro de 1995.
No período, os depósitos na modalidade de investimento totalizaram R$ 260,494 bilhões, enquanto as retiradas de recursos somaram R$ 280,159 bilhões. O fluxo coincide com os gastos previstos no início de ano, como pagamento de impostos, como IPVA e IPTU, além de matrícula e compra de material escolar, entre outros.
Em 2021, os saques em caderneta de poupança superaram os depósitos em R$ 35,49 bilhões – o primeiro resultado anual negativo desde 2016, quando a modalidade registrou retirada líquida de R$ 40,7 bilhões. Em dezembro do ano passado, contudo, a poupança teve entrada líquida de R$ 7,66 bilhões, impulsionada pelo pagamento do 13º salário.
Atualmente, a caderneta de poupança rende 0,50% ao mês (ou 6,17% ao ano), mais a TR (taxa referencial). O indicador é calculado pelo BC com base nas taxas de juros das Letras do Tesouro Nacional e tem flutuação diária.
A regra da poupança mudou em dezembro do ano passado com a elevação da Selic acima de 8,5% ao ano. Atualmente, a taxa básica de juros está em 10,75% ao ano. Nesse caso, a regra prevê que o rendimento da poupança seja de 0,50% ao mês, mais a TR (para depósitos novos e antigos). Em meio à escalada da Selic, a TR, que ficou nula de setembro de 2017 até o fim do ano passado, também sobe. Quando a taxa de juros está menor ou igual a 8,5% ao ano, o investimento é limitado a 70% da taxa, acrescida da TR.