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Foto: Ivan Fuquini
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NO CAMPO

Em um ano, preço da raiz de mandioca sobe mais de 95%

REINALDO SILVA

reinaldo@diariodonoroeste.com.br

O preço da raiz de mandioca teve elevação de 95,91% em um ano. É o que mostram os números da Secretaria de Estado do Abastecimento e da Agricultura (Seab), com base na cotação diária feita na Região Noroeste do Paraná. O preço máximo da tonelada passou de R$ 568,40 em 26 de outubro de 2021 para R$ 1.113,60 na última terça-feira (25).

A escalada gradativa ao longo dos últimos 12 meses reflete, entre outros fatores, a substituição de lavouras de mandioca por outras culturas, conforme explica o técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) da Seab Methodio Groxko. “Estão migrando para soja e milho, que têm menor tempo de colheita.” No caso da soja, por exemplo, o ciclo é de 120 dias, enquanto a mandioca pode levar até dois anos para estar em condições ideais de comercialização e consumo.

Outro aspecto que ganha relevância na avaliação de Groxko é a mecanização do trabalho no campo, resultado dos avanços tecnológicos. Mais máquinas significam menos pessoas, por isso há escassez de mão de obra.

Somam-se os altos valores para arrendamento de terra no Paraná. “Muitos produtores não são proprietários e preferem ir para outros estados, principalmente São Paulo e Mato Grosso do Sul, onde os custos são menores”, aponta o técnico de Deral. Com a valorização contínua da raiz, já é possível perceber o movimento de retorno dos mandiocultores ao território paranaense.

Tudo isso desestimulou o setor, observa Groxko, e a área plantada diminuiu de maneira drástica. A matemática do mercado é simples: menos lavouras, menor oferta, maiores preços. O resultado tem sido vantajoso para o produtor e, pelo menos por enquanto, não há sinalização de mudanças em relação aos preços.

Altos e baixos – O técnico do Deral lembra que a mandiocultura tem uma característica bastante peculiar, qual seja, é marcada por sequências de crescimento e redução na extensão das lavouras. Trata-se de uma cadeia cíclica: os preços altos estimulam novos produtores, mais pessoas passam a cultivar e a oferta aumenta, achatando a rentabilidade, o que volta a desanimar os produtores. Tem sido sempre assim.

Exemplo prático pode ser percebido na comparação entre as safras 2021/22 e 2022/23. No primeiro recorte, a área de plantio estimada no Paraná é de 125 mil hectares; para o período seguinte, a projeção é de 135 mil hectares. Aumento de 8%, calcula Groxko.

O aumento tem reflexos proporcionais na produção. Se antes foram colhidas 2.961.000 toneladas de raiz de mandioca, a próxima safra deverá somar 3.196.000 toneladas.

Pandemia – Em breve avaliação sobre o desempenho da indústria, o técnico do Deral aponta o período de pandemia de Covid-19 como prejudicial. A restrição de circulação de pessoas, as dificuldades para transportar trabalhadores e os afastamentos em razão da doença comprometeram os quadros de funcionários. Além disso, o consumo de derivados da raiz diminuiu.

A indústria de fécula precisou produzir menos e funcionou com potencial bem abaixo do que a capacidade instalada.  Agora, com a crise sanitária controlada, o setor enfrenta menos oferta de matéria-prima e preços elevados.

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