Orientação aos produtores é que eliminem as plantas contaminadas, a fim de evitar a disseminação nas áreas saudáveis
A doença conhecida como couro de sapo pode reduzir a zero o teor de amido nas raízes de mandioca. O alerta é da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e foi transmitido aos associados do Sindicato das Indústrias de Mandioca do Paraná (Simp) na última sexta-feira (13) em razão do aumento na frequência de relatos por parte dos produtores.

De acordo com o pesquisador em fitopatologia da Embrapa Mandioca Saulo de Oliveira, a couro de sapo é causada por um complexo viral com grande potencial de danos à cultura. A identificação dos sintomas depende de análise visual após a colheita, pois a superfície aérea da planta não é afetada.
A casa se torna mais grossa e rugosa com a formação de sulcos e ganha tons amadeirados semelhantes aos de troncos de árvores. A espessura mais densa dificulta o processo de descascamento, problema que se repete também na segunda película, que se torna mais opaca. Outro problema comum é o anelamento da raiz.

Oliveira explicou que a doença afeta os níveis de amido de forma drástica, reforçando que o grau de comprometimento pode chegar a 100%, mas a média calculada nas lavouras brasileiras até agora é de 30% de queda no rendimento. Todas as variedades são suscetíveis.
Os estudos da Embrapa apontaram a presença de pelo menos seis patógenos, que podem se agrupar em diferentes combinações na raiz e no caule, e a carga viral aumenta a cada ciclo. Nesse sentido, a orientação é que os produtores eliminem as plantas doentes e não reutilizem as ramas contaminadas para novos plantios. A desinfecção do material de corte também é essencial, pois evita a disseminação nas áreas saudáveis.
Por enquanto, não há defensivos capazes de erradicar a doença, e a desinfecção só é possível em processos laboratoriais ou em câmaras técnicas. Sendo assim, o papel dos produtores de mandioca como agentes de controle é essencial. Às indústrias, cabe orientar os mandiocultores sobre a doença.