DA UOL/FOLHAPRESS
Oito homens suspeitos de integrar uma célula neonazista em Santa Catarina, e que estavam presos preventivamente, se tornaram réus em ação penal pública, segundo o informou o Ministério Público do estado. Eles são acusados de “associação para o fim específico de cometer crimes de praticar, induzir ou incitar a discriminação, ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”.
O MP-SC (Ministério Público de Santa Catarina) apresentou à Justiça a denúncia contra os oito integrantes do grupo, presos em flagrante em um sítio no município de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis. Eles foram presos e denunciados após participarem de um suposto encontro neonazista em São Pedro de Alcântara, em novembro.
O promotor de Justiça Rodrigo Millen Carlin destaca que, com os acusados, foi encontrado farto material de divulgação da ideologia nazista “como camisetas e buttons (espécie de broches), sem falar em tatuagens que os supostos integrantes do grupo ostentavam.
Nos grupos de redes sociais dos quais os acusados participavam foram encontradas uma séria de mensagens que podem configurar crimes de ódio”, aponta o promotor.
“Desta forma, diante de todo o contexto apresentado, os denunciados, além de estarem associados para o cometimento de crimes, estavam unidos com o propósito de praticar e incitar a discriminação e preconceito de raça, cor, etnia e religião, resultante, inclusive, da idolatria ao nazismo e à supremacia branca”, conclui o promotor de Justiça.
Histórico de crimes – Segundo o MP-SC, um dos acusados já havia sido preso em flagrante por porte ilegal de arma; outro foi condenado por tentativa de homicídio no Rio Grande do Sul e estava com tornozeleira eletrônica; outro é investigado por um homicídio no Paraná; e um quarto já possuía registro por preconceito religioso no Rio grande do Sul.
A denúncia foi apresentada pela 40ª Promotoria de Justiça da Comarca da Capital, com atribuição para atuar nos casos de crimes de ódio e racismo em todo o território catarinense. Os oito réus – que estão presos preventivamente desde 14 de novembro -responderão ao processo com amplo direito à defesa e ao contraditório, garante o órgão.
Em nota, o defensor dos oito acusados, o advogado Luís Eduardo de Quadros, afirmou que está ciente das acusações imputadas aos réus pelo Ministério Público. Ele informa também que o trabalho já vem sendo desenvolvido no sentido de demonstrar a inocência dos réus denunciados pela suposta prática de apologia ao nazismo.
“Isso tudo passará pela demonstração de provas que irá acontecer no desenvolver do processo. Neste momento, a defesa se resguarda ao direito de apresentar as provas tão somente no momento oportuno nos autos do processo”, explica, na nota.