Pesquisa aponta queda no otimismo, mas estabilidade e investimentos seguem no radar
A Pesquisa de Opinião do Empresário do Comércio, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR) e pelo Sebrae/PR, aponta que 31,2% dos empresários paranaenses estão otimistas em relação ao primeiro semestre de 2025. O índice ficou abaixo dos 37,2% registrados nos dois semestres do ano passado, refletindo um cenário de cautela entre o empresariado.
Apesar da redução no otimismo 28,8% dos gestores acreditam na estabilidade do faturamento, enquanto apenas 19,2% demonstram expectativas desfavoráveis. Outros 20,8% preferiram não opinar ou ainda não têm uma avaliação definida.
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O presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, destaca que o setor terciário continua sendo um dos motores do desenvolvimento econômico do estado. “Em 2024, tivemos um desempenho expressivo, com crescimento acima da média nacional em serviços e um varejo consolidado, que soube enfrentar desafios e se manter competitivo.” Segundo ele, essa tendência deve se repetir em 2025, impulsionada por um mercado dinâmico e um ambiente de negócios favorável.
Sobre desafios detectados na pesquisa, o diretor-superintendente do Sebrae/PR, Vitor Tioqueta, cita pontos como a preocupação com a carga tributária, a instabilidade política e a falta de mão de obra qualificada, enumerados entre os principais obstáculos. Contudo, 33,6% dos empresários têm planos de investir mais neste semestre, especialmente em máquinas e equipamentos, marketing, modernização das instalações e qualificação da equipe. “Esse aumento no foco de investimentos em marketing digital, equipamentos e capacitação dos colaboradores é um reflexo da necessidade de adaptação e inovação para fortalecer os negócios no cenário atual. E nós, enquanto Sebrae, podemos auxiliar os empreendedores neste e, em outros pontos da gestão dos pequenos negócios para que possam enfrentar os desafios deste cenário”, reflete Tioqueta, lembrando ainda que, mesmo com as dificuldades levantadas, a boa notícia é que o mercado de trabalho permanece estável, com 71,7% das empresas mantendo ou ampliando seu quadro de funcionários.
SETORES -Os empresários do setor de serviços são os mais confiantes, com 37% de expectativas favoráveis. O desempenho acompanha os bons resultados do segmento em 2024, que apresentou um crescimento acima da média nacional, de acordo com os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE. O volume de serviços prestados no estado cresceu 3,6% entre janeiro e dezembro, superando a média nacional de 3,1%.
No varejo, as expectativas positivas chegam a 26,7%, além dos 30,4% de empresários que preveem estabilidade nos próximos meses.
Já no turismo, 25,9% dos entrevistados esperam aumento no faturamento. O percentual representa uma queda considerável em relação aos 54,7% do segundo semestre de 2024, algo esperado devido à sazonalidade do setor, que tem maior movimento nos meses finais do ano.
PORTE DAS EMPRESAS – As médias e grandes empresas lideram o otimismo, com 36,2% de perspectivas positivas. Em seguida, aparecem os microempresários individuais (34%). Entre as pequenas empresas, o percentual é de 23,3%, enquanto os microempreendedores individuais (MEIs) são os mais indecisos e registram a menor taxa de otimismo, com 15,9%.
A carga tributária e a instabilidade política nacional seguem como as principais dificuldades relatadas pelos empresários. Além disso, preocupações como a instabilidade econômica, a falta de mão de obra qualificada e a perda de poder de compra dos clientes também aparecem entre os desafios que impactam os negócios.
INVESTIMENTOS – Entre os empresários entrevistados, 33,6% planejam realizar novos investimentos, priorizando aquisição de máquinas e equipamentos, propaganda e marketing, modernização das instalações e capacitação da equipe.
Na comparação com o segundo semestre de 2024, os investimentos em publicidade e marketing devem crescer 8,7 pontos percentuais (p.p.), com foco especial em estratégias digitais e redes sociais. A qualificação dos funcionários é outro ponto que receberá mais atenção neste semestre, com aumento de 6,1 pontos percentuais (p.p.) no volume de investimentos.
Segundo a pesquisa, 71,7% das empresas pretendem manter ou ampliar o quadro de colaboradores. Apenas 7,4% preveem redução no número de funcionários.