Segundo o Indicador de Demanda por Crédito das Empresas da Serasa Experian, primeira e maior datatech do Brasil, a região Sul seguiu em destaque na variação acumulada em 12 meses até agosto de 2025. Todas as Unidades Federativas (UFs) apresentam taxas acima do crescimento nacional de 4,3%, com Santa Catarina na liderança (11,2%). O levantamento considera apenas as consultas a CNPJs registradas na base da companhia, não refletindo necessariamente a efetivação das operações de crédito.
A busca das companhias brasileiras por recursos financeiros registrou, na variação anual, uma retração de -3,2%. De acordo com o levantamento, único setor a registrar crescimento no período foi o de “Serviços”. Na análise por porte, a demanda por crédito dos médios negócios cresceu 18,5% na variação anual do período – sendo, inclusive, o maior avanço do ano para o segmento. Em seguida, as grandes companhias registraram crescimento de 6,2%. Já as micro e pequenas empresas apresentaram queda de 3,7% nas consultas.
A variação acumulada em 12 meses registrou crescimento de 4,3% em agosto, indicando uma desaceleração na demanda das empresas por crédito. Segundo Camila Abdelmalack, economista da Serasa Experian, “o movimento reflete o desafio enfrentado pelas companhias diante de um cenário de maior seletividade por parte das instituições financeiras e linhas mais caras, em função do elevado patamar de juros”.
Apesar da moderação, economista da datatech destaca que a procura por crédito permanece consistente e em nível elevado, sinalizando que as empresas continuam buscando alternativas para financiar suas operações, mesmo diante das condições mais restritivas.
Considerando a visão da demanda por crédito por portes, na variação acumulada em 12 meses, o destaque foram as micro e pequenas empresas (4,4%), seguido das médias (3,2%), enquanto as demandas das grandes empresas andaram de lado (0,0%).
Ainda segundo a economista da datatech, “esse resultado mostra que empresas de grande porte, com maior capacidade de planejamento e garantias, contam com alternativas mais sofisticadas, como acesso a instrumentos de mercado ou operações estruturadas. Já os pequenos negócios permanecem mais expostos ao custo elevado dos empréstimos e a um ambiente de crédito ainda seletivo, com poucas opções fora do sistema tradicional. No horizonte de 12 meses, a alta entre os pequenos negócios indica um movimento de recomposição da demanda, impulsionado pela necessidade de manter a operação e reorganizar o fluxo de caixa, mesmo diante de juros altos e margens mais apertadas.”.
Estados do Norte e Centro-Oeste lideraram o crescimento da busca das empresas por crédito em agosto
Do total das 27 Unidades Federativas (UFs) brasileiras, apenas 10 apresentaram crescimento na busca de companhias por recursos financeiros considerando a variação anual, com destaque para Mato Grosso do Sul (23,0%), Amazonas (13,3%), Roraima (9,3%), Mato Grosso (8,1%) e Tocantins (7,2%). No ranking das quedas, o estado de Pernambuco teve a maior queda na busca por recursos financeiros (-36,8%), seguido do Distrito Federal (13,4%) e Ceará (12,8%).
A variação acumulada em 12 meses revela uma visão mais positiva: apenas duas unidades federativas apresentaram queda na busca dos negócios por recursos financeiros no período.
Metodologia do indicador – O Indicador Serasa Experian da Demanda das Empresas por Crédito é construído a partir de uma amostra significativa de CNPJs, consultados mensalmente na base de dados da Serasa Experian. A quantidade de CNPJs consultados, especificamente nas transações que configuram alguma relação creditícia entre empresas e instituições do sistema financeiro ou empresas não financeiras, é transformada em número índice (média de 2024 = 100). O indicador é segmentado por UF, setor e porte.







