Na tarde de terça-feira, o painel da Agência do Trabalhador indicava 492 oportunidades de colocação no mercado, a maioria concentrada na indústria
REINALDO SILVA
Da Redação
A gerente da Agência do Trabalhador de Paranavaí, Elen Della Pria Kumatsu, recebe a reportagem do Diário do Noroeste para falar sobre a grande oferta de empregos. Olha para os espaços de atendimento presencial e indica: todos estão vazios. A situação é recorrente e reflete dois aspectos importantes da relação entre empresas contratantes e candidatos. De um lado, o alto nível de exigência. De outro, o desinteresse.
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O equilíbrio parece difícil de ser alcançado. Por isso mesmo, Elen Kumatsu sugere que os empregadores flexibilizem as regras. No quesito experiência profissional, por exemplo, vale a pena investir no treinamento de novos funcionários e promover capacitação técnica para que se adequem. Ao fim e ao cabo, é possível reduzir o tempo de espera para completar a equipe da forma desejada.
A gerente também menciona um ponto a ser considerado pelas empresas. “Precisam valorizar os bons funcionários, valorizar os talentos.” Ajustes de salário e incentivos contribuem para manter os trabalhadores e reduzir a rotatividade.

Foto: Ivan Fuquini
No caso dos trabalhadores, a orientação é que busquem qualificação. Diante das cobranças cada vez mais constantes, o conhecimento é um diferencial de relevância. Apesar disso, a procura por cursos de formação tem sido insuficiente para criar novas turmas, mesmo com acesso gratuito.
Elen Kumatsu cita o curso de auxiliar de eletricista predial, com conteúdo disponibilizado sem custos pela Prefeitura de Paranavaí em parceria com o Senai. Das 25 vagas, apenas 13 foram preenchidas até a tarde de terça-feira. As aulas deveriam começar nesta semana, mas, em razão da baixa adesão, o início foi adiado para a próxima terça-feira (13).
Vagas de emprego – Enquanto isso, a Agência do Trabalhador de Paranavaí acumula 492 vagas de emprego – número atualizado na tarde de terça-feira. 163 estão concentradas na indústria, o que representa 33% do total, maior índice entre os principais setores da economia. A atribuição com mais oferta é a de auxiliar de linha de produção, que soma 109 postos de trabalho em aberto.

Foto: Ivan Fuquini
A agropecuária aparece na segunda colocação, com 21,3% das vagas e destaque para a demanda por trabalhadores da cultura de laranja, 40 cadastros. Em seguida, figuram o setor de prestação de serviços (18,6%), a construção civil (13,6%), o comércio (11,9%) e o transporte (0,6%).
Outro recorte chama a atenção: as oportunidades para pessoas com deficiência (PcD). A última atualização do painel de empregos apontava 94 vagas, das quais 40 são destinadas a trabalhadores da cultura de laranja, 19 a auxiliares de linha de produção e 10 a concreteiros, entre outros cargos.
Caged – No dia 30 de abril, o Ministério do Trabalho e Emprego divulgou os números da geração de empregos no Brasil referentes a março. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) aponta o saldo entre as admissões e as demissões. Em todo o Brasil, foram 71.576 novas vagas.

Foto: Ivan Fuquini
Paranavaí fechou o terceiro mês do ano com saldo negativo. No quadro de 1.221 contratações e 1.305 desligamentos, o resultado foi de -84. De acordo com a gerente da Agência do Trabalhador, pesou nessa conta o fechamento da indústria do setor alimentício General Mills, que impactou 220 colaboradores diretos.
Desde outubro de 2024, fevereiro deste ano foi o único mês em que Paranavaí fechou as contas com dados positivos, totalizando 262 admissões a mais do que demissões.
Serviço – A Agência do Trabalhador de Paranavaí fica na Rua Marechal Cândido Rondon, 1.701, Centro. O telefone para contato é (44) 3421-2339. É possível agendar atendimento pela internet acessando o endereço agenciadotrabalhadorparanavai.wordpress.com.
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