REINALDO SILVA
Da Redação
O Ministério da Saúde estabeleceu o ano de 2030 como prazo-limite para a erradicação da tuberculose no Brasil. No Noroeste do Paraná, os trabalhos para alcançar a meta começam nesta quinta-feira (12), com a apresentação dos planos nacional e estadual pelo fim da doença, em evento organizado pela 14ª Regional de Saúde, com início às 8h, no campus da Unipar em Paranavaí.
Os participantes assistirão a palestras ministradas por Francisco Beraldi de Magalhães e Juliana Taques Pessoa. Ele é médico infectologista da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e atua como referência técnica para tuberculose e HIV na Divisão de Doenças Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Ela é mestre em Enfermagem pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), técnica responsável pelo Agravo de Tuberculose na Sesa e membro do comitê estadual de controle da doença.
Estarão presentes gestores, médicos, farmacêuticos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, assistentes sociais e outros profissionais das regionais de Paranavaí, Maringá, Cianorte e Campo Mourão.
De acordo com a técnica responsável pela Tuberculose da 14ª Regional de Saúde, Maria da Penha Francisco, a incidência de casos da doença por 100 mil habitantes se manteve sem grandes variações durante três anos consecutivos: 23,8 em 2018, 24,8 em 2019 e 27,6 em 2020.
A pandemia de Covid-19 afetou negativamente a dinâmica dos serviços de saúde, incluindo a oferta e a procura por diagnóstico e tratamento. Os registros de 2021 e 2022 dão a dimensão do problema, apontando incidência por 100 mil habitantes de 20,5 e 19,8, respectivamente.
Com o fim da crise sanitária e a retomada dos atendimentos na rede pública de saúde, os números da tuberculose voltaram a aparecer de forma preocupante. Em 2023, a incidência de casos por 100 mil habitantes chegou a 31,1 na região. A elevação foi significativa, avaliou Maria da Penha.
A doença
A tuberculose é uma das doenças infecciosas que mais mata no mundo. Acomete principalmente os pulmões, mas pode atingir outros órgãos e sistemas, por exemplo, a pleura, os gânglios linfáticos e os ossos.
O Brasil está na lista dos 30 países com a maior carga de tuberculose e é considerado prioritário para os compromissos internacionais pela eliminação da doença. Em 2023, foram diagnosticados mais de 80 mil casos novos da doença, com incidência de 37 casos por 100 mil habitantes.
O tratamento dura no mínimo seis meses, é gratuito e organizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), assim como o seu diagnóstico, que pode ser realizado nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).