Uma simples pesquisa na internet por vagas de emprego já é capaz de sinalizar a quantidade de postos de trabalhos que exigem ensino superior como requisito básico para se tornar um candidato. É um direcionamento do mercado de trabalho que se consolidou ao longo das últimas décadas e revela uma tendência que deve se tornar ainda mais efetiva nos próximos anos.
O Dia da Educação, comemorado em 28 de abril, é uma data que convida a sociedade a refletir sobre a importância do tema, principalmente no que diz respeito à educação como uma ferramenta de transformação para a sociedade, capaz de assegurar mais oportunidades e competividade na conquista e manutenção de um emprego, com melhores salários e cargos.
Para a mestre em Educação e docente na Graduação em Pedagogia, na Unopar, professora Glória Cardozo, as transformações no mundo do trabalho e na esfera produtiva demandam de forma crescente níveis de formação educacional mais elevados. Em consequência, o conceito de educação permanente ou de educação ao longo da vida passa a ser incorporado como alternativas para ampliação do acesso e permanência no mercado de trabalho, implicando a constante necessidade de formação e aperfeiçoamento. Frente a isso, cresce a demanda pela qualificação profissional no Ensino Superior e seu aperfeiçoamento por meio dos cursos de pós-graduação. “Nota-se também que há uma tendência por ampliar o leque de atuação dos profissionais, levando-os a voltarem aos bancos universitários para buscarem capacitação e mais qualificação para o mercado de trabalho”, comenta a docente.
Um dos indicadores que comprova a importância da educação na transformação da sociedade é o estudo realizado entre agosto e outubro de 2021 pelo Instituto Semesp — entidade que representa mantenedoras de ensino superior no Brasil –, que aponta um crescimento salarial para profissionais com ensino superior completo. O levantamento, feito com mais de 8.500 egressos e alunos de graduação do país, permite identificar a migração entre as faixas de rendimento mensal no período antes e após a graduação. Por exemplo, a quantidade de pessoas que recebem remuneração acima de R$ 5 mil teve crescimento de 135% após a conclusão do ensino superior.
Já entre os estudantes que recebiam até R$1.000,00 mil reais mensais antes de terminar o curso, pelo menos 91,4% apresentaram rendimento superior a esse valor após a conclusão. Aqueles que recebiam entre R$ 2.000,00 e R$ 3.000,00 mil antes do encerramento do curso, cerca de 66,8% avançaram para um rendimento acima de R$ 3.000,00 mil. O mesmo levantamento mostra, ainda, que antes de concluir o curso de nível superior, apenas 2,9% recebiam acima de R$ 5.000,00 mil. Já após a conquista do diploma, esse percentual saltou para 26%.
Dados da pesquisa apontam também que 78,8% dos egressos de instituições privadas consideram a graduação importante para entrar no mercado de trabalho. “Além da melhoria das qualificações dos trabalhadores para atuarem em postos que requerem conhecimentos específicos, vale destacar que a educação superior prepara o indivíduo para lidar com questões complexas e conviver em sociedade com melhor consciência da importância que a sua formação tem para transformar o meio em que vive e a vida de outros indivíduos”, destaca a docente.
O ingresso no ensino superior possui diversos atrativos, tais como o aumento da renda, maior acesso a saúde, bens e serviços e até mesmo a continuidade dos estudos; porém, o principal é transformar sonhos em realidade.