*Luiz Macedo
Análise do mercado e traz dicas para quem quer se tornar um investidor
Para entender o que está por vir no mundo dos investimentos, é necessário voltar nos últimos 36 meses para fazer uma análise do cenário em que nos encontrávamos. Em 2019, houve uma valorização dos ativos de renda variável, com destaque para fundos de ações e muitas pessoas se arriscaram ao investir por não saber como fazer, ou simplesmente por que não tinham o perfil adequado para determinada aplicação. Muitas vezes esses investimentos são feitos sem nenhum alinhamento com seus objetivos, sacramentando a morte da renda fixa. No ano seguinte, em 2020, foi necessário reaprender a importância de um bom alinhamento de perfil de risco e de investir por objetivo. Outro aprendizado importante foi de que não ter reserva de emergência pode custar caro, considerando o início da pandemia que tivemos no país.
Em 2021, a diversificação de portfólio de investimentos foi fundamental para quem quis aplicar, considerando que tivemos câmbio estourando, inflação no Brasil e no mundo, mercado de criptomoedas e startups fazendo novos bilionários, fintechs valendo mais que os bancos tradicionais e juros básicos subindo forte, fazendo o “renascimento” da renda fixa. Ou seja, sem diversificação de portfólio, não há carteira de investimento que se sustente, especialmente para as pessoas não profissionais.
Para 2022, devemos diversificar nossa carteira de investimentos sempre que possível, analisando se está de acordo com o seu perfil de risco e também entender os objetivos que você busca alcançar com seus investimentos. Dessa forma, estaremos mais preparados para “navegar nas águas agitadas” que nos esperam ao decorrer desse ano. Para ajudar no planejamento financeiro Luiz Macedo, assessor de investimentos, e CEO da ALLÊ Invest, preparou cinco dicas que certamente irão ajudar. Confira abaixo:
1. Faça um controle financeiro: Todo planejamento financeiro começa com o conhecimento de receitas e gastos. Dessa forma, faça uma planilha de controle financeiro ou use um aplicativo especializado para fazer os lançamentos de todas as suas receitas (salário, pró-labore, renda extra, mesada etc), bem como de seus gastos (moradia, água, luz, gás, educação, saúde, vestuário, bem-estar, lazer e outros). Essa é a primeira e principal dica. Somente assim você conseguirá entender sua relação com o dinheiro e observar onde e como conseguirá construir uma reserva.
2. Construa uma reserva de emergência: A segunda dica é construir uma reserva de emergência, ou seja, ter algum dinheiro guardado para gastos inesperados (saúde, desemprego, quebra do carro etc). É importante ter o correspondente de, no mínimo, 6 meses da sua receita. Se você for funcionário público com estabilidade, esse tempo pode ser reduzido para até 3 meses, mas se for autônomo, aumente para 12 meses. Como o dinheiro da reserva de emergência deve estar sempre acessível, é necessário que seja aplicado em um investimento de renda fixa pós-fixado, que tem um menor risco e com liquidez diária. A dica é investir em CDBs, que remuneram no mínimo 100% do CDI.
3. Diversificação da carteira: Tendo uma reserva de emergência formada e controle dos seus gastos, é interessante que a pessoa procure de forma consistente e mensal aplicar qualquer valor, para o futuro, visando o complemento de sua aposentadoria e manutenção de seu padrão de vida na velhice. Aqui, a dica é diversificação, ou seja, montar uma carteira com ativos diversos e descorrelacionados. Invista em renda fixa e variável, ativos internacionais, criptomoedas e ativos alternativos (ligados à economia real). O importante é conhecer seu perfil de risco de investidor, buscar essa diversificação e deixar uma significativa parcela dos seus investimentos atreladas em ativos no exterior. Se preferir, busque apoio de consultores de investimentos para que eles possam ajudar a estruturar melhor essa carteira de longo prazo.
4. Lista de desejos: A quarta dica é colocar “no papel” sua lista de desejos (viagens, carros, casas, cursos, filhos etc), tudo que de alguma forma faz seus olhos brilharem e estão no seu planejamento de vida. Aqui é preciso verificar o custo de cada um e avaliar o que é possível e o que é sonho. Nesse ponto é importante ter bom senso e conseguir pensar no que está dentro da sua realidade. O que for possível, planeje com antecedência, repriorize e destine uma parte da sua economia mensal para ativos condizentes com os prazos que deseja realizar seus objetivos. Contudo, não prejudique sua reserva de emergência ou aposentadoria para realizar seus objetivos de consumo e desejo. Busque uma renda extra ou aumente seu apetite para risco em investimentos para ajudar a realizar esses desejos, claro, se o seu perfil permitir.
5. Criptomoedas: Não fique de fora do mundo cripto, busque estudar, entender mais e se seu perfil de risco permitir, invista em ativos criptográficos, seja Bitcoin ou outra moeda ou mesmo NFTs. Saiba o que é isso, pois, em pouco tempo, esse conhecimento será mandatório para você se relacionar no mundo das finanças.
*Luiz Macedo, assessor de investimentos e fundador da Allê Invest faz uma análise do mercado e traz dicas para quem quer se tornar um investidor