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DENGUE EM ALTA

Entenda como o monitoramento de águas residuais pode ajudar a controlar a epidemia

O Brasil ultrapassou a marca de 1,4 milhão de casos prováveis de dengue e mais de 1.000 mortes confirmadas este ano, segundo o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde – com o Estado de São Paulo liderando o ranking em maior número de registros, seguido por Minas Gerais e Paraná. Embora os índices sejam considerados inferiores aos registrados em 2024 (ano recorde da epidemia), os números continuam alarmantes e exigem atenção redobrada das autoridades e da população.

Segundo Arthur Silva, Gerente Regional LATAM de Marketing para PCR digital da QIAGEN, multinacional que oferece soluções de testagem avançadas no Brasil, a análise das redes de esgoto pode ser uma aliada poderosa na vigilância epidemiológica da dengue. Quando combinada com ações de vacinação, conscientização e controle sanitário, ele explica que essa tecnologia permite detectar precocemente o vírus da dengue em determinadas regiões, ajudando a controlar surtos e salvar vidas.

“A metodologia utiliza o PCR digital, uma tecnologia altamente sensível capaz de identificar fragmentos do material genético do vírus da dengue (RNA) presentes nos resíduos eliminados por pessoas infectadas. A partir da coleta de amostras de esgoto por equipes especializadas, os dados laboratoriais permitem mapear o crescimento silencioso de infecções em comunidades, mesmo antes do surgimento de sintomas ou da procura por unidades de saúde”, salienta.

Ainda de acordo com o especialista, a estratégia de monitoramento ajuda a conter os avanços das contaminações. “Diferente de analisar somente dados clínicos e constatar a gravidade da situação epidêmica, o uso dessas ferramentas possibilita a adoção de medidas rápidas e direcionadas, como reforço na pulverização de inseticidas, campanhas locais de prevenção e mobilização social”, explica Arthur Silva.

Uma estratégia reconhecida internacionalmente – A utilização do PCR digital em águas residuais já é uma realidade consolidada em países da Europa, Austrália e Estados Unidos, especialmente desde a pandemia de COVID-19, quando o método se mostrou eficaz no rastreamento do coronavírus. Hoje, o mesmo recurso é empregado no controle de diferentes doenças infecciosas, incluindo a dengue.

“A tecnologia de PCR digital oferece maior precisão na detecção de fragmentos virais, mesmo em meio à complexidade das substâncias presentes nas águas residuais. Isso a torna extremamente útil para o contexto brasileiro, onde há uma grande diversidade de condições ambientais e desafios sanitários”, acrescenta Silva.

O impacto das mudanças climáticas – Diante da crescente ameaça representada pela dengue – potencializada pelas mudanças climáticas e urbanização desordenada – a necessidade de integrar novas ferramentas ao sistema de vigilância sanitária se torna ainda mais relevante. O especialista da QIAGEN cita como exemplo o agravamento do cenário no Sul do país, especialmente o Rio Grande do Sul, cujo aumento recente de casos pode estar diretamente associado a episódios como a enchente histórica de 2024 e sua contribuição para a proliferação do mosquito Aedes aegypti.

“Considerando essa realidade, o monitoramento de águas residuais surge como uma ferramenta estratégica para conter a disseminação da dengue de forma antecipada; uma solução inteligente, de rápida execução, de baixo custo relativo e grande alcance populacional. É uma iniciativa que precisa ser avaliada com seriedade pelo poder público, não apenas como medida emergencial, mas como parte de uma política contínua de saúde preventiva”, conclui Arthur Silva.

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