A festa estava boa, a noite foi divertida, mas no dia seguinte a dor de cabeça parece insuportável. Quem consome bebidas alcoólicas já sentiu os efeitos de uma ressaca. A boa notícia é que para não ter uma, basta não beber ou consumir moderadamente. A má, é que não existe nenhum tipo de medicamento para curá-la. O único remédio é se hidratar, se alimentar e repousar até o tempo fazer o seu trabalho.
O Instituto Nacional sobre Abuso de Álcool e Alcoolismo, dos Estados Unidos, e o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool, do Brasil, explicam que os sintomas da ressaca atingem o pico quando a concentração de álcool no sangue retorna a aproximadamente zero. Os sintomas podem durar 24 horas ou mais, dependendo do organismo e condições de saúde de cada pessoa.
Vários fatores podem contribuir para a ressaca, como a desidratação leve. O álcool suprime a liberação de vasopressina, um hormônio produzido pelo cérebro que envia sinais aos rins, fazendo com que eles retenham líquidos. Como resultado, o álcool aumenta a micção (esvaziamento da bexiga) e a perda excessiva de líquidos. A desidratação leve resultante provavelmente contribui para os sintomas da ressaca, como sede, fadiga e dor de cabeça. Consumir água e se alimentar antes e durante o consumo, ajuda a minimizar os efeitos no dia seguinte.
Outro ponto é que o sono perde qualidade. As pessoas podem adormecer mais rápido após consumir álcool, mas seu sono é fragmentado e elas tendem a acordar mais cedo. Isso contribui para a fadiga e para a perda de produtividade. Outro fator é a irritação gastrointestinal. O álcool irrita diretamente o revestimento do estômago e aumenta a liberação de ácido. Isso pode causar náuseas e desconforto estomacal. Além disso, o álcool aumenta a inflamação no corpo. A inflamação contribui para o mal-estar que as pessoas sentem quando estão doentes, por isso também pode contribuir para os sintomas da ressaca.
Mais um fator é a exposição ao acetaldeído. O metabolismo do álcool, principalmente pelo fígado, cria o composto acetaldeído, um subproduto tóxico e de curta duração, que contribui para a inflamação no fígado, pâncreas, cérebro, trato gastrointestinal e outros órgãos.
Embora muitos remédios para aliviar ressacas sejam mencionados na internet e nas redes sociais, nenhum deles foi cientificamente comprovado como eficaz. Não existe uma poção mágica para combater a ressaca — e só o tempo pode ajudar. A pessoa precisa esperar que o corpo termine de eliminar os subprodutos tóxicos do metabolismo do álcool, se reidratar, curar o tecido irritado e restaurar a atividade imunológica e cerebral ao normal. Não há como acelerar a recuperação do cérebro após o consumo de álcool — tomar café, tomar banho ou ingerir uma bebida alcoólica na manhã seguinte não cura a ressaca.



