REINALDO SILVA
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A Exposição Feira Agropecuária e Industrial de Paranavaí (ExpoParanavaí) chegará à 50ª edição. A previsão é que a programação do jubileu de ouro se estenda de 4 a 13 de março de 2022, mas a Sociedade Rural do Noroeste do Paraná (SRNP) ainda tem incertezas, por causa da pandemia de Covid-19. A preocupação é que a limitação de público em atividades presenciais comprometa a realização do evento. As dificuldades econômicas também podem interferir diretamente nos planejamentos.
Diante dos problemas que se apresentam à SRNP, a Sociedade Civil Organizada do Paraná (Socipar) convidou representantes de diferentes entidades de classe, empresas privadas, instituições financeiras e órgãos públicos para um evento na tarde de ontem. Na ocasião, manifestaram apoio à realização da ExpoParanavaí 2022.
O encontro de lideranças também foi oportunidade para destacar o papel da Sociedade Rural como impulsionadora do desenvolvimento de Paranavaí e de todo o Noroeste do Paraná. A entidade participou de maneira definitiva na consolidação de atividades que hoje dão sustentação para a economia da região, por exemplo, a citricultura e a avicultura. Dentro da SRNP tiveram início os debates que levaram ao lançamento do programa Irriga Paraná, do Governo do Estado.
De acordo com o presidente da Sociedade Rural do Noroeste do Paraná, Mário Hélio Lourenço de Almeida Filho, a entidade atua em defesa dos produtores rurais – pequenos, médios e grandes – e do agronegócio. As atividades no campo consistem em um importante pilar econômico, avaliou. “Nossa região depende muito do agronegócio. A agroindústria é uma das maiores pagadoras de impostos”, argumentou.
O presidente do Sindicato Rural de Paranavaí, Ivo Pierin Júnior, destacou que a Sociedade Rural tem transformado vidas ao longo dos tempos ao criar oportunidades para a promoção do desenvolvimento. A análise do presidente da Associação Comercial e Empresarial de Paranavaí (Aciap), Rafael Benjamim Cargnin Filho, foi semelhante: “Desde a década de 1970, tem contribuído com o desenvolvimento”. Sobre a feira agropecuária, acrescentou: “A Aciap representa empresas que são beneficiadas com a ExpoParanavaí”.
Para o presidente da Socipar, Demerval Silvestre, a Sociedade Rural do Noroeste do Paraná tem papel preponderante na transformação da região como polo agropecuário. Prova da importância da entidade foi a grande participação no evento de ontem. O interesse em manifestar apoio à realização da ExpoParanavaí dá a certeza de que “vamos fazer com que a feira de 2022 seja gigante”, declarou Silvestre.
ExpoParanavaí 2022 – Ao Diário do Noroeste, o presidente da Sociedade Rural disse que o lançamento oficial da feira depende do agendamento de shows e da confirmação da participação de expositores. “A grade está quase pronta, estamos aguardando o retorno de alguns contratos.”
Uma das expectativas era trazer a Paranavaí a cantora Marília Mendonça, representante da música sertaneja, considerada a rainha da sofrência. A artista morreu no dia 5 de novembro, durante a queda do avião em que estava, na serra de Caratinga, interior de Minas Gerais. No encontro de ontem, as autoridades lembraram que a apresentação de Marília Mendonça na ExpoParanavaí de 2020 foi uma das últimas que reuniram grande público antes do início da pandemia no Brasil.
Sem expor muitos detalhes, Mário Hélio Lourenço de Almeida Filho disse que a intenção é promover seminários e garantir atrações diferenciadas de anos anteriores, enfatizando as 50 edições do evento. “Estamos pensando em muitas novidades.” Por causa das incertezas, houve atraso na organização da programação, mas o presidente tem certeza de que será possível fazer da próxima ExpoParanavaí uma feira grandiosa.
Concessão – Questionado pelo Diário do Noroeste, Mário Hélio disse acreditar que a recente decisão do prefeito Carlos Henrique Rossato Gomes (KIQ), de reavaliar a concessão do terreno do parque de exposições para a Sociedade Rural, não prejudicará o planejamento e a realização da feira em 2022.
No dia 16 de setembro deste ano, o gestor municipal assinou um decreto determinando a adoção de medidas administrativas visando à retomada do imóvel. Na avaliação de KIQ, o terreno não é utilizado adequadamente pela Sociedade Rural e poderia servir a propósitos mais favoráveis ao desenvolvimento da cidade, como a implantação de um distrito industrial. A Procuradoria-Geral do Município corroborou o entendimento do prefeito e indiciou elementos que tornariam possível fazer a reversão da concessão.
O caso ainda não foi concluído e a expectativa de Mário Hélio é que a decisão seja reconsiderada, dada a importância das atividades promovidas pela Sociedade Rural no parque de exposições e de outros eventos que mobilizam toda a comunidade, a exemplo do Éffeta e do Motofest.