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ECONOMIA

Entre as motivações para os reajustes estão o grande volume de exportações para a China e a estiagem que comprometeu a alimentação dos rebanhos

REINALDO SILVA

reinaldo@diariodonoroeste.com.br

As constantes altas nos preços da carne bovina forçaram os consumidores a mudanças nos hábitos alimentares. Frango e porco ganharam mais espaço no cardápio dos paranavaienses e as vendas dos dois tipos de proteína animal dispararam. No açougue de Reginaldo Araújo da Cruz, o aumento foi de quase 50%. “As pessoas estão precisando se adequar.” Ele calcula que ao longo de 2021 os cortes bovinos tenham aumentado, em média, 30%.

Entre os fatores que contribuíram para os reajustes estão os altos índices de exportação, especialmente para a China. Cálculos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), mostram que entre 2018 e 2020, o país asiático elevou em 170% o volume importado do Brasil. A compra em larga escala comprometeu o mercado interno.

Em setembro, os preços que vinham em ascensão no Paraná apresentaram queda de 2% em relação a agosto, e a arroba passou de R$ 309,74 para R$ 304,04, mas a diminuição não chegou aos consumidores finais. A motivação foi a suspensão temporária da exportação para a China, depois que dois casos encefalopatia espongiforme bovina, conhecida como doença da vaca louca, foram identificados em frigoríficos de Minas Gerais e Mato Grosso.

O cancelamento foi uma medida cautelar, explica o médico veterinário do Deral, Fábio Mezzadri, e não deve se estender por muito tempo. A perspectiva é que a retomada das vendas para o mercado chinês tragam, novamente, elevações nos preços dentro do território nacional.

As festividades de final de ano também deverão interferir nas cotações. Normalmente, dezembro é marcado por grande procura por carne bovina e a tendência é que haja aumento nos preços, avalia Daiane Santos de Matos, proprietária de um açougue em Paranavaí.

A estiagem de fevereiro a setembro também teve influência sobre os valores da arroba bovina. “A seca atrapalhou o desenvolvimento das pastagens de inverno e de verão”, afirma Mezzadri. A falta de chuvas afetou as lavouras de milho e soja, utilizados na produção de alimentos para os rebanhos. “Houve redução na oferta de animais prontos para o abate, o que deve manter a arroba em patamares altos.”

Setor de alimentos – Quem trabalha com preparo e venda de alimentos precisa buscar maneiras de contornar as dificuldades. O empresário do setor de restaurantes Wagner Augusto Pereira Fortini afirma: “Tento reduzir os gastos e melhorar o atendimento e a qualidade para não perder o cliente”.

Ele conta que faz promoções específicas e investe na divulgação dos produtos nas redes sociais, o que “inclui fazer sorteios e vídeos chamativos para atrair novos clientes”. De acordo com o empresário, graças a essas estratégias e à diminuição dos casos de Covid-19, “venho conseguindo retomar as vendas”.

Fortini lamenta ter precisado repassar os reajustes para os consumidores. Apesar de absorver parte das elevações, as vendas caíram de 10% a 15%. “Trabalhamos com uma margem [de lucro] baixa, pois no meu ramo há gastos com material, funcionários, água, luz e aluguel, que pesam muito. Não tem outra opção a não ser dividir um pouco do aumento com o cliente.”

Reginaldo Araújo da Cruz calcula que as vendas de carnes de porco e de frango tenham crescido 50%
Foto: Ivan Fuquini
Expectativa de Daiane Santos de Matos é que a procura por carne bovina aumente no fim do ano, elevando os preços
Foto: Ivan Fuquini

 

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