BRUNO BRAZ
DA UOL/FOLHAPRESS
A tão falada “crise na Gávea”, que há tempos não rondava o Flamengo, chegou com força. Com os fracassos na Supercopa do Brasil, no Mundial de Clubes, na Recopa Sul-Americana e na Taça Guanabara, os bastidores fervem com o aumento de pressão ao técnico Vítor Pereira e ao vice de futebol, Marcos Braz, e após episódios que têm causado incômodo, como o vazamento de escalações.
Situação que já é recorrente há algum tempo, o vazamento de escalações ganhou um novo capítulo na última quarta-feira (8), quando o Flamengo foi derrotado pelo Fluminense por 2 a 1 e perdeu o título da Taça Guanabara.
O que causou mais intriga internamente foi o fato da escalação ter sido vazado cerca de nove horas antes do jogo, sendo que ela tinha mudanças bastante significativas na equipe.
Ainda que de forma tímida, começa-se a realizar um “caça às bruxas” para descobrir quem tem vazado estas informações recorrentemente à imprensa.
Desta vez, por exemplo, o técnico Fernando Diniz, do Fluminense, deu indícios de que conseguiu se beneficiar da questão:
“O jogo mais parecido com esse que eles [Flamengo] fizeram na formação tática foi um que não estava na nossa análise para hoje, que foi contra o Botafogo. A gente foi buscar meio que rápido, hoje mesmo”.
Pressão sobre VP e Braz aumenta – O técnico Vítor Pereira, que já vinha bastante pressionado desde o fracasso no Mundial de Clubes, viu a panela de pressão esquentar ainda mais para o seu lado com os xingamentos após a derrota para o Fluminense.
Outro que entrou no alvo da torcida foi o vice de futebol, Marcos Braz, juntamente com seu fiel escudeiro, o diretor-executivo, Bruno Spindel. Em alto e bom som, os rubro-negros deram um recado no Maracanã: “Ô, Marcos Braz, vai se f… O meu Flamengo não precisa de você!”.
Além disso, torcedores do Flamengo têm se mobilizado na redes sociais convocando um protesto para este sábado (11), na Gávea, e deixam claro que, além de Vítor Pereira, os alvos serão Braz e Spindel.
Apesar de toda a pressão, Vítor Pereira, Marcos Braz e Bruno Spindel seguem com a confiança do presidente do clube, Rodolfo Landim. Cada um em sua escala.
O treinador, por exemplo, é o que tem a situação mais delicada. Avaliações têm sido feitas, mas há um consenso de que se faz necessário esperar o término do Campeonato Carioca para realizar um balanço do trabalho do português, mesmo que o Flamengo seja campeão.
Outro ponto que também o “amarra” um pouco é a multa que o clube precisará pagar em caso de rescisão, algo em torno de R$ 15 milhões.
Já Braz e Spindel dificilmente perderão seus cargos na gestão de Landim. A dupla goza de muita confiança do presidente, sendo o vice de futebol ainda uma espécie de “escudo” do dirigente, colocando a cara à tapa nos momentos de dificuldade, embora isso tenha deixado de acontecer mais recentemente, principalmente a partir do fracasso na Recopa.