Na última quarta-feira (27/03), a OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgou relatório que aponta: uma em cada seis crianças e adolescentes, entre 11 e 15 anos, foi vítima de cyberbullying — prática de intimidação sistemática ocorrida em ambiente virtual. O estudo se baseou em questionários aplicados a 279 mil jovens de 44 países em regiões da Europa, Ásia Central e Canadá.
“Entendemos que a responsabilização para quem pratica discriminação e violência, como o bullying, é um sinal importante. Contudo, é fundamental que o Governo Federal, em consonância com as redes municipais e estaduais de ensino, crie medidas para prevenir ações hostis e agressivas na rotina escolar”, diz Cláudia Sintoni, gerente de Implementação do Itaú Social e formada em Psicologia pela USP (Universidade de São Paulo).
No Brasil, o Governo Federal sancionou lei, em janeiro deste ano, que tipifica o bullying e o cyberbullying como crimes previstos no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). A nova legislação determina que outros atos contra esse grupo etário, principalmente no ambiente escolar, sejam tratados como crimes hediondos.
Desde o fim da pandemia, os cuidados com a saúde mental de estudantes e professores são preocupações permanentes nas redes municipais de ensino, segundo a pesquisa “Percepções e Desafios dos Anos Finais do Ensino Fundamental nas redes municipais de ensino”, realizada pelo Itaú Social, em parceria com a Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação), divulgada em 2023.
Pelo ponto de vista dos docentes, iniciativas que promovam o cuidado com o clima e a convivência no ambiente escolar, além de medidas de apoio e acolhimento à comunidade, devem ser priorizadas pelo poder público, conforme mostra pesquisa de opinião realizada com professores, apresentada em 2023 pelo Itaú Social e Todos Pela Educação.
Para contribuir com as famílias e com os docentes no cuidado das crianças em idade escolar, o Itaú Social disponibiliza gratuitamente o curso “Prevenção da violência online na primeira infância”. O conteúdo foi produzido em parceria com a Childhood Brasil e oferece materiais de apoio e ferramentas para potencializar o diálogo sobre a construção de rotinas saudáveis relacionadas ao uso das tecnologias.