REINALDO SILVA
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O Governo do Estado aguarda a decisão da Justiça Federal para liberar os recursos financeiros que serão aplicados na construção de um parque urbano na Vila Operária, em Paranavaí. São aproximadamente R$ 9 milhões e a expectativa é que o terreno, até agora utilizado para descarte de lixo, se transforme em um ambiente de lazer e prática esportiva.
Em recente visita a Paranavaí, o secretário estadual do Turismo, Márcio Nunes, explicou que o projeto está pronto e o dinheiro, na conta. A verba é parte de uma indenização da Petrobras ao Paraná por danos ambientais, quase R$ 1 bilhão.
Ocorre que no entendimento do Ministério Público o Governo do Estado não poderia investir esses recursos financeiros na construção de parques urbanos, somente na conservação do solo e da água, argumento contestado por Márcio Nunes. A recuperação de áreas degradadas, o fim de lixões a céu aberto e os investimentos em áreas de erosão configuram, evidentemente, proteção ambiental, opinou o secretário de Turismo.
Ele foi o responsável pelo anúncio da liberação do dinheiro em janeiro de 2021, quando respondia pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo. Com a mudança de gestão em 1º de janeiro deste ano, a pasta foi desmembrada em duas, sendo uma Turismo e outra Desenvolvimento Sustentável.
A intenção é que o novo parque urbano tenha campo de futebol, quadras de vôlei, de tênis e poliesportiva, pistas de skate e de caminhada, academia da terceira idade, playground, vestiários e sanitários.
Buracão da Vila – A cena parece incomum mesmo para um dia chuvoso: o terreno utilizado como depósito de lixo na Vila Operária, em Paranavaí, tem poucas pessoas e parece limpo, por assim dizer. É um dos reflexos da proibição ao descarte de resíduos sólidos por empresas consideradas grandes geradoras. A medida está valendo desde 1º de março deste ano.
Apesar da mudança, o cenário está longe do ideal. O olhar mais atento percebe que o problema começa antes mesmo do alambrado que cerca o terreno. Na calçada há bandejas com restos de alimentos, pedaços de móveis, sapatos e pneus. Grande parte dos objetos acumula água, com potencial para criadouro do Aedes aegypti, mosquito que transmite dengue, chikungunya e zika.
Em fevereiro do ano passado, a Prefeitura de Paranavaí anunciou o fechamento definitivo do chamado “Buracão da Vila Operária”. Contava à época com a instalação dos ecopontos em diferentes regiões da cidade, proporcionando locais alternativos para o descarte de resíduos sólidos.
Sem os ecopontos, não foi possível concretizar o fim dos descartes na Vila Operária.
Ecopontos – Um dos terrenos preparados para receber os resíduos sólidos fica no Jardim Morumbi, perto do campus da Universidade Estadual do Paraná (Unespar). De acordo com a Prefeitura de Paranavaí, o funcionamento depende da entrega dos equipamentos, que já eram aguardados em setembro do ano passado, quando o Diário do Noroeste tratou deste assunto. A expectativa é que cheguem em até 60 dias.
No Parque dos Ipês, onde o segundo ecoponto seria instalado, as obras estão paradas por questões judiciais. A comunidade não concordou com o local indicado pela Administração Municipal e levou o caso ao Ministério Público. Um novo espaço foi escolhido, mas também sob contestação.
A Prefeitura informou que, por causa da judicialização, não há prazo para resolver a situação do ecoponto no Parque dos Ipês, mas o município venceu o processo em primeira instância.