Um projeto de pesquisa da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) reforça a prática de atividades físicas para melhorar a saúde e a qualidade de vida de mulheres no processo de envelhecimento. O estudo avaliou os efeitos corporais de um programa de exercícios físicos em voluntárias, com ganho significante de massa muscular, redução da gordura corporal e redução da pressão arterial entre as participantes, que tinham entre 50 e 70 anos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nesta faixa etária, a atividade física proporciona a diminuição da mortalidade por doenças cardiovasculares e a incidência de hipertensão, do diabetes tipo 2 e de alguns tipos de cânceres. A prática de exercícios também melhora o sono e a saúde mental e cognitiva, e reduz os sintomas de ansiedade e depressão.
O projeto foi desenvolvido no câmpus de Paranavaí, na região Noroeste do Estado. De acordo com a metodologia, com a supervisão de estudantes de Educação Física e profissionais formados na área, as voluntárias foram agrupadas em um programa de treinamento resistido, popularmente chamado de musculação. Essa forma de preparação física consiste na combinação de exercícios para aumentar a resistência do corpo e o fortalecimento muscular.
Numa amostra de três blocos de estudo, as mulheres executaram um programa de oito a dez exercícios, de duas a três vezes por semana, pelo período de dois a quatro meses. O protocolo de treinamento era modificado a cada três meses, durante um ano, a fim de observar as variáveis do programa de treinamento, como a ordem de execução dos exercícios, a frequência semanal e a intensidade do treino.
Os pesquisadores pretendiam analisar o efeito dessas variáveis, como força muscular, composição corporal, flexibilidade, capacidade funcional, pressão arterial, aptidão cardiorrespiratória, perfil hormonal, entre outros aspectos. O programa de exercício foi prescrito com base nas orientações do Colégio Americano de Medicina do Esporte, assegurando a qualidade e rigor científicos.
O coordenador da pesquisa, professor Matheus Amarante do Nascimento, do curso de Educação Física da Unespar, explica que o processo natural de envelhecimento acarreta em modificações no sistema biológico humano. “As reduções na força e massa muscular, no equilíbrio, na agilidade, coordenação e flexibilidade, assim como em aumentos na quantidade de gordura corporal, pressão arterial, glicemia, colesterol podem prejudicar o cotidiano da mulher durante o envelhecimento”, afirma.
Ele destaca a importância da prática de atividades físicas regulares.
O projeto de pesquisa, que começou em 2014, resultou em mais de 100 publicações científicas, que contribuíram para a disseminação de conhecimento no campo do envelhecimento humano, associado à prática de exercício físico.
FINANCIAMENTO
O projeto recebeu investimento para o custeio de bolsas-auxílio para estudantes de graduação em iniciação científica de diferentes instituições de fomento científico, como a Fundação Araucária, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O projeto também contou com aporte de R$ 131 mil para aquisição de equipamentos para a sala de musculação em editais da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), e outros do governo federal.