As discussões e troca de experiências do XXIII Encontro Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas (Encob) relacionadas à preservação dos recursos hídricos terminaram nesta quarta-feira (06), incluindo palestras, rodas de conversas e visitas técnicas virtuais. É a 3ª vez que o Paraná sedia o evento – foram duas em Foz do Iguaçu e, nesse ano, em Curitiba – ganhando formato virtual devido à pandemia. Esta quinta (07) será reservada para assembleia dos comitês.
“O Paraná é exemplo em muitas políticas para a gestão dos recursos hídricos, e sempre tem muito a aprender nesse encontro”, destacou o secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest), Márcio Nunes.
O Encob é promovido pelo Fórum Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas (FNCBH), em parceria com Sedest e do Instituto Água e Terra (IAT), com o apoio do Fórum de Comitês de Bacias Hidrográficas do Estado do Paraná.
Nessa edição mais de 4,9 mil se inscreveram para participar das palestras, rodas de conversas e visitas técnicas virtuais sobre a gestão das águas em todo o território brasileiro. A realização dos Encobs, desde 1999, busca reunir entes do Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Brasil, representantes do poder público municipal, estadual e federal, usuários de recursos hídricos, Ongs, universidades, e demais interessados no tema.
“Além da participação de todas as regiões do Brasil, nesse ano o encontro alcançou mais 10 países”, disse o coordenador do Fórum Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas (FNCBHs), Hideraldo Buch. Estados Unidos, Guiné Bissau, Argentina, Líbano, Bélgica, Benin, Venezuela, São Tomé e Príncipe, Chile, Alemanha, Etiópia, Angola, Colômbia, Itália, Moçambique, Uruguai, Bolívia e Peru foram representados.
Nas redes sociais o evento teve mais de 2 milhões de visualizações e 1 milhão de pessoas foram alcançadas.
“Tivemos turmas de escolas que se reuniram para assistir as visitas técnicas virtuais, a fim de conhecerem melhor como funciona a gestão das águas, principalmente nessa época de crise hídrica, que todos têm interesse em saber como os órgãos estão lidando com a situação”, comentou o diretor de Saneamento Ambiental e Recursos Hídricos do IAT e membro da equipe organizadora do evento, José Luiz Scroccaro.
Outro destaque foi o aumento da participação de estudantes e representantes acadêmicos devido à possibilidade de apresentarem projetos, em formato de painel ou com apresentação oral durante o encontro.
Temas – O tema desse ano foi “Água: Fator de Vida, Saúde e Desenvolvimento”, desmembrados em assuntos como águas urbanas, águas costeiras, segurança hídrica, saneamento, educação ambiental, desastres ambientais, segurança de barragens, crise hídrica, abastecimento, entre outros.
As pessoas puderam interagir com os palestrantes, enviando seus questionamentos por meio de um QR Code na tela de apresentação.
Para quem não conseguiu acompanhar em tempo real, as apresentações em Power Point que forem disponibilizadas pelos palestrantes serão colocadas no site do Encob (www.encob.org) e os vídeos publicados no canal do YouTube.
Comitês de bacias – Os representantes de Comitês de Bacias Hidrográficas (CBHs) foram os protagonistas do evento. Nesses três dias, foram reservados espaços para o #FALACOMITÊS, momentos que possibilitaram a apresentação de cases de sucesso.
Também foram identificadas oportunidades e desafios para a promoção da gestão integrada das águas, de forma participativa e descentralizada, de modo a apontar para toda a sociedade a sustentabilidade dos recursos hídricos.
O Brasil possui 245 Comitês, sendo nove do Paraná: Comitê da Bacias do Alto Iguaçu e Afluentes do Alto Ribeira; Comitê da Bacia do Paraná 3; Comitê Norte Pioneiro; Comitê da Bacia Piraponema; Comitê da Bacia do Rio Tibagi; Comitê da Bacia do Rio Jordão; Comitê da Bacia do Baixo Ivaí e Paraná 1; Comitê da Bacia Hidrográfica Litorânea; e Comitê de Bacia Alto Ivaí.
Os comitês paranaenses são responsáveis pelo gerenciamento de 16 bacias hidrográficas, que somam 196 mil quilômetros quadrados de extensão.
Os comitês são os propositores de políticas públicas na sua área de atuação. “São eles que ditam as regras de uso dos recursos hídricos, visando garantir a disponibilidade de água, tanto em quantidade como em qualidade, aos diversos usos e usuários da bacia”, afirmou o diretor-presidente do IAT, Everton Souza.