O Pilar Hospital, em Curitiba (PR), iluminou sua fachada de rosa para lembrar a cidade que é tempo de conscientização sobre a importância da prevenção do câncer de mama. Buscar o diagnóstico precoce do câncer de mama ajuda a multiplicar a sobrevida. Os pacientes que identificam a doença em fase inicial podem fazer um tratamento mais conservador e também se beneficiam com melhor resultado estético.
A médica Rosângela Maria Trovo Hidalgo, especialista em ginecologia e obstetrícia, e em radiologia com subespecialidade em radiologia mamária da CEDIP – Clínica de Exames de Diagnósticos por Imagem, diz que os exames mais indicados para a prevenção da doença é a mamografia, a ultrassonografia, e em casos indicados, a ressonância magnética.
Conforme a especialista, a mamografia é o instrumento de rotina mais utilizado para detecção precoce da doença e, hoje em dia, já existem equipamentos, como a Mamografia Digital, da CEDIP, que é mais confortável para as mulheres e ainda mais precisa na identificação de microcalcificações e lesões antes delas se tornarem clinicamente palpáveis. “Esse exame é o principal aliado nos casos daquele grupo de pacientes assintomáticas e existem múltiplos trabalhos randomizados que mostram uma redução de mortalidade de, aproximadamente, 35% nesse grupo, com a descoberta nos momentos iniciais”, explica.
Indicação de exames para cada perfil de pacientes – A especialista explica que não há limitação para a realização dos exames, mas, sim, uma indicação adequada para cada perfil de pacientes. Por exemplo, no caso de mulheres idosas a mamografia é a mais indicada. “Agora, nas pacientes mais jovens, com as mamas densas, a mamografia, sozinha, pode obscurecer a visualização de lesões pela alta densidade do parênquima mamário, assim, o importante é saber a indicação de cada método e utilizar a melhor ferramenta que temos em mãos para aquele caso específico”, comenta.
Por isso, segundo o Colégio Brasileiro de Radiologia e a Sociedade Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, recomenda-se que a partir dos 40 anos as mulheres comecem a incluir na sua rotina os exames preventivos das mamas. “Não há momento de parar, as entidades destacam que deve-se manter essa rotina enquanto estiver bem de saúde e expectativa de vida superior a sete anos, ou seja, aquela paciente que está hígida, independente se ela tem 70 ou 75 anos, ela deve manter a rotina de exames preventivos”, orienta.
A obesidade é um fator importante para o desenvolvimento de alguns tipos de cânceres, notadamente o de mama. O aumento do Índice de Massa Corporal (IMC) pode multiplicar os riscos da doença. O câncer de mama, que atinge mais de 50 mil novos casos por ano no Brasil, é o segundo tipo mais frequente no mundo. A médica explica que quanto maior o número de células de gordura no corpo, maior será o volume de estrogênio, hormônio que serve de “alimento” para as células cancerígenas. “No tecido adiposo existe uma enzima chamada aromatase. Resumidamente, ela faz aumentar o nível de estrogênio no corpo, o que é um fator de risco para o câncer de mama. Quanto mais tecido adiposo, mais hormônio”, cita.
O grupo de risco inclui também fatores como mulheres acima dos 50 anos, histórico familiar e reposição hormonal com estrogênio e progesterona por longos períodos nas mulheres menopausadas.
A especialista explica que no caso de histórico da doença de 1º grau (pai, mãe, irmão ou irmã), é importante a avaliação com um médico especialista para saber quando os exames de prevenção devem ser iniciados.
Dra. Rosangela reforça a necessidade de atividades físicas regulares, alimentação equilibrada, avaliações com um especialista e realizar a mamografia anualmente após os 40 anos como prevenção e diagnóstico precoce da doença.
Sobre a Mamografia Digital – A Mamografia Digital é o exame radiológico das mamas. É considerado o melhor procedimento para detectar câncer e lesões pré-cancerosas, antes mesmo do médico e do paciente conseguir palpá-las. É indicado como exame de rotina para o rastreamento do câncer de mama. É de alta sensibilidade e pode ser chamado também de mastografia ou senografia. O exame é rápido, com pouca radiação e sem desconforto para o paciente. O procedimento completo normalmente leva 15 minutos e as radiografias serão interpretadas pelo radiologista.