As exportações paranaenses em abril cresceram 7% em relação a abril do ano passado, somando US$ 2,1 bilhões, segundo informações fornecidas pela Secretaria de Comércio Exterior, do Governo Federal (Secex). No acumulado do ano, o total de mercadorias e serviços vendidos no mercado externo já cresceu 11%, totalizando US$ 7,3 bilhões em receitas cambiais. Este é o melhor desempenho para abril na série histórica, que começou a ser divulgada em 1997. O resultado do quadrimestre também é o melhor em 26 anos. Com esta performance, o Paraná figura como o quarto estado no ranking nacional do mês, representando 7,7% de tudo que o Brasil vendeu para fora. No Sul, responde por 45% das vendas internacionais, sendo o maior exportador da região.
O valor das importações do mês caiu 16% em relação ao mesmo mês do ano anterior, com US$ 1,5 bilhão adquiridos. Em relação ao acumulado do ano, há uma mesma tendência de queda. Até abril, o valor total das compras de mercadorias e serviços realizadas pelo Paraná retraíram 7%, somando US$ 6 bilhões. O estado é o quarto maior importador nacional, mas o segundo da região Sul, ficando atrás de Santa Catarina, com 32% do total comprado de fora.
Com isso, o saldo da balança comercial do Paraná em abril ficou em US$ 636 milhões. No ano, o superávit chega a US$ 1,3 bilhão. “Com mais recursos circulando no estado por conta deste superávit, há mais possibilidades de se gerar emprego, renda e riquezas aqui. Quanto maior o saldo da balança comercial retido no estado, maiores as possibilidades de investimentos e incentivos para aumento da produção nas indústrias”, explica o analista de Assessoria Econômica e de Crédito da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Evânio Felippe.
Produtos e mercados – Quase 74% das vendas externas paranaenses do mês estão concentradas em cinco grupos de produto: soja (41%), carnes (16%), material de transporte (8%), madeira (5%) e produtos químicos (3%). Já entre os mais comprados pelo Paraná em abril, 77% correspondem a cinco itens: produtos químicos (28%), petróleo (17%), material de transporte (15%), mecânica (11%) e materiais elétricos e eletrônicos (6%). No ano, soja também lidera as vendas externas, seguida por carnes, material de transporte, cereais, madeira e mecânica. Os mais comprados são produtos químicos, petróleo, material de transporte, mecânica e materiais elétricos e eletrônicos.
Em abril, a economia paranaense exportou mercadorias e serviços para 175 países. Quase 52% das vendas realizadas estão concentradas em cinco grandes mercados. O destaque do mês é o mercado chinês, para onde foram exportados 35% do valor total negociado no comércio internacional. Em relação às importações, no mês ocorreram negociações com 104 países. Os cinco principais fornecedores representam 57% da pauta do mês. A economia chinesa é o destaque, responsável por 21% do total vendido de mercadorias e serviços ao Paraná, principalmente importações de produtos químicos (39%) e itens de informática, eletrônica e óptico (16%).
Desde o início do ano, quem domina as exportações é a China (US$ 1,6 bilhão e 7% de alta na comparação com o mesmo intervalo do ano passado). Depois aparecem Argentina (US$ 502 milhões e 40%), Estados Unidos (US$ 443 milhões e queda de 23%), México (US$ 311 milhões e crescimento de 45%) e Japão (US$ 279 milhões e alta de 146%). “Para lá, a alta se deve principalmente às vendas de milho, que renderam US$ 178 milhões ao Paraná, assim como carnes (US$ 85 milhões)”, analisa Felippe. “Já a China, que vinha registrando queda no mês passado, teve uma recuperação por conta das vendas de carnes e produtos do complexo soja em abril”, justifica.
Entre os fornecedores internacionais destes primeiros quatro meses de 2023, a China lidera com US$ 1,2 bilhão em produtos, porém, registra redução de 32% nos valores importados na comparação com o mesmo período do ano passado. Dos Estados Unidos vieram US$ 633 milhões em mercadorias, também em queda de 19%. Depois aparecem Rússia (US$ 456 milhões, mas com forte alta de 73%) e Argentina (US$ 411 milhões e 100% de alta). “Para suprir os embargos estabelecidos por países da Europa por causa da guerra, a Rússia buscou mercados alternativos e aumentou a venda de petróleo para o Brasil. Já a Argentina vendeu acessórios e peças para o setor automotivo, que representaram US$ 139 milhões do total vendido aqui”, destaca o analista da Fiep.
A taxa de câmbio média praticada no Brasil em abril foi de R$ 5,0197 por dólar, uma apreciação da moeda brasileira de 3,7% na comparação com o mês anterior. Houve ainda uma desvalorização em relação ao mesmo mês do ano passado de 5,5%. “Essa depreciação do real torna os produtos brasileiros mais baratos lá fora e com preço mais competitivo no mercado internacional, estimulando a atividades de exportações pela indústria paranaense”, explica.
Segundo Felippe, para 2023, as últimas projeções divulgadas pelo Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI) mantêm as expectativas de um menor crescimento da economia mundial frente ao ano anterior. “Dessa forma também devem desacelerar os investimentos nos mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento”, conclui.