O câncer colorretal é um dos mais incidentes na população moderna. Estima-se que, por ano, mais de 1 milhão de pessoas sejam diagnosticadas com a doença mundialmente. A diminuição dos fatores de risco está associada a mudanças de hábitos de vida, mas pouco se fala sobre a importância da investigação genética.
“Conhecer a linhagem hereditária do paciente é crucial para um diagnóstico precoce e, consequentemente, a aplicação de abordagens terapêuticas de precisão. Como a maioria dos médicos não faz a investigação genética, não sabemos quem tem predisposição, assim, não conseguimos intervir nas mudanças de hábitos precocemente”, explica Dr. Pedro Uson, oncologista do Centro de Cuidado em Oncologia e Hematologia do Hcor.
Atualmente, o principal meio de detecção do câncer colorretal é a colonoscopia. Estudos apontam que, a partir de um diagnóstico precoce, o exame tem a capacidade de reduzir significativamente o risco de desenvolver a doença, além de demonstrar redução no risco de morte. Outro exame essencial e extremamente recomendado para o rastreamento é a análise de sangue nas fezes.
O médico afirma que o exame de rastreamento deve ser iniciado a partir dos 45 anos, mas em casos de pacientes com histórico familiar ou outros fatores de risco, a indicação é começar aos 35. Quando os achados da análise são considerados normais, a recomendação é repetir o exame a cada 5 anos. Já em pólipos ressecados, os especialistas aconselham a retomada em 3 anos.
“A maioria dos pacientes que têm a doença diagnosticada precocemente não apresenta sintomas, entretanto, quando mais avançada, os sinais podem incluir dores abdominais, anemia, alterações do hábito, calibre e até mesmo sangue nas fezes. Algumas manifestações inespecíficas podem estar associadas ao cansaço e emagrecimento sem motivo aparente”, ressalta o doutor.
Ainda de acordo com o médico, manter hábitos saudáveis é a melhor maneira de prevenção, além das rotinas de exames médicos. “Inclua a realização de atividade física regular durante a semana, evite o consumo ao máximo de carne vermelha, processados, álcool e cigarro. Essas medidas são fundamentais para evitar o desenvolvimento de diversas doenças”, finaliza o médico.