Doce que virou tendência nas redes sociais já esgota estoques diariamente em confeitarias da cidade e cria fila de espera entre os clientes
Cibele Chacon – da redação
Se a maçã do amor marcou gerações em festas juninas, os morangos do amor assumem agora o posto de nova paixão nacional. A combinação de morango fresco, brigadeiro cremoso e casquinha crocante de açúcar virou tendência nas redes sociais — e em Paranavaí, a moda pegou com força. A explosão de pedidos surpreendeu confeiteiros, provocou filas e gerou até reservas com antecedência para garantir o doce.
Basta uma rolagem rápida no TikTok ou no Instagram para se deparar com vídeos mostrando o momento em que a casquinha quebra e revela o recheio cremoso. O visual chamativo, o som da crosta estalando e a combinação de sabores fizeram do doce um fenômeno que saiu da internet direto para as vitrines das confeitarias.
Em Paranavaí, quem resolveu apostar no produto não se arrependeu. A confeiteira Yasmin de Araújo Longo, por exemplo, começou a vender os morangos do amor no fim de junho. A ideia veio da observação atenta às tendências. “Vi que estava fazendo sucesso nas redes sociais, achei bonito, testei, gostei do sabor e resolvi fazer. No primeiro dia, vendi tudo. No segundo, fiz mais e esgotou de novo. Foi aí que percebi que daria certo”, conta.
Hoje, Yasmin vende entre 80 e 100 unidades por dia, com atendimentos em Paranavaí e também em Alto Paraná. O movimento é tão grande que já tem cliente fazendo reserva. “Todo dia tem gente que fica sem. Já tem fila para o dia seguinte. As pessoas não querem perder”, afirma. Para ela, o sucesso se explica pelo apelo visual nas redes e pela combinação certeira de sabores: o azedinho do morango, o doce do brigadeiro de ninho e a crocância da calda de açúcar. Cada unidade custa R$ 10.
Na confeitaria Dueto, comandada por Giovana Machado Batista, o impacto da novidade também foi imediato. “Desde que começamos a vender, todo dia temos que recusar pedidos porque não damos conta da demanda. Vende mais do que todos os nossos outros produtos”, afirma.

Lá, a produção chega a 70 unidades por dia. “É um doce que conquista pela aparência, mas também tem muito sabor. O morango é fresco, a cobertura é bem-feita, o recheio de brigadeiro é cremoso. Não tem como não gostar. Além disso, ele serve como porta de entrada para que as pessoas conheçam a nossa confeitaria.”
O sucesso foi tão grande que Giovana decidiu inovar e lançou a versão com uvas do amor, que já tem seu próprio público fiel. A estratégia é diversificar mantendo o mesmo conceito de “frutas em camadas”.
Na Távola, responsável pelas sobremesas, Mychel Lucas de Oliveira Campos, também decidiu testar a receita depois de ver vídeos na internet. “Sabia que ia dar trabalho, mas resolvi tentar. Fiz uma leva pequena, vendi tudo. Fiz de novo, vendeu de novo. E assim começou”, conta.
No estabelecimento, o morango do amor custa R$ 14 e disputa espaço com os outros doces da vitrine, mas lidera as vendas com folga. “Tem dias em que acaba e preciso fazer uma nova leva para atender a procura”, afirma. Para ele, o doce virou uma “febre”, como já aconteceu com outros fenômenos da internet. “Eu acredito que esse hype vai parar e a procura vai ser bem menor. As pessoas querem fazer parte da onda, igual o ‘Bobbie Goods’ ou ‘Café com Deus Pai’, essas coisas que as pessoas veem na internet e querem fazer parte para não se sentirem desatualizadas”, explica.
Mesmo ciente de que o sucesso pode ser passageiro, ele acredita que o produto seguirá como carro-chefe por um bom tempo e avalia que parte da demanda vem do desejo de registrar o momento: “As pessoas compram para fazer vídeo, mostrar que estão por dentro, e acabam voltando porque realmente é gostoso”.
Com o movimento intenso, a produção exige dedicação. A calda precisa ser feita no ponto exato para garantir a crocância. O morango tem que estar fresco. O recheio, na consistência ideal. Yasmin, por exemplo, já planeja novos sabores. “Vou lançar o morango do amor com brigadeiro de maracujá. Acho que vai virar uma nova tendência.”

Embora os confeiteiros reconheçam que a “febre” possa passar com o tempo, ninguém duvida: enquanto durar, o morango do amor vai seguir sendo o doce mais desejado da cidade.