REINALDO SILVA
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Números da Central de Regulação de Leitos do Paraná mostram que a fila de espera por vagas na Ala Covid da Santa Casa de Paranavaí diminuiu desde o início de junho. A taxa de ocupação da UTI, no entanto, segue elevada, com índices próximos ou alcançando 100% ao longo das últimas semanas. Ontem, por exemplo, eram 23 pacientes internados, representando 96% da lotação máxima no setor de terapia intensiva.
Para comparar, basta verificar quantas pessoas aguardavam leito para internação no hospital de Paranavaí no dia 21 de junho: cinco na UTI e 11 na Enfermaria. Naquele mesmo dia, a Santa Casa registrou os mesmo 96% de ocupação de leitos na UTI. Avançando alguns dias no calendário, a atualização da última segunda-feira (29 de junho) mostrava que apenas dois pacientes em espera para receber o tratamento intensivo e nenhum para a Enfermaria.
A redução é uma tendência nacional e tem se desenhado também no Noroeste do Estado, diz Walter Sordi Junior, chefe de Vigilância em Saúde da 14ª Regional de Saúde. É o resultado de uma somatória de fatores, tais como as restrições de horário de circulação, a regulação das atividades econômicas e o avanço da vacinação contra a Covid-19.
O enfermeiro Anderson Montagnole, que também atua dentro da Regional de Saúde e acompanha a progressão da pandemia nos municípios do Noroeste do Paraná, avalia que a tendência de queda nos casos suspeitos ou confirmados de Covid-19 aguardando internação deve se manter, desde que a população siga com os cuidados necessários para evitar a transmissão da doença: usar máscara facial, higienizar as mãos e manter o distanciamento social.
Preocupações – Montagnole explica que quando há dois pacientes esperando por internação hospitalar, significa que a dinâmica se aproxima da normalidade, considerando o processo de encaminhamento e entrada das pessoas no hospital. Toda a demanda está sendo absorvida, diz o enfermeiro. No entanto, a mudança de cenário não representa o fim da pandemia.
Ontem, a Santa Casa anunciou que mais uma paciente com Covid-19 morreu. Moradora de Paranavaí, ela tinha 59 anos. Foi internada no dia 14 de junho, positivada para coronavírus, sendo encaminhada diretamente para leito de UTI, incialmente com máscara de oxigênio, sendo necessário fazer o procedimento de entubação alguns dias depois. O óbito foi registrado às 2h15 desta quinta-feira (1º). No mesmo dia, a Prefeitura de Paranavaí confirmou mais uma morte por Covid-19, chegando à marca de 250 desde o início da pandemia.
As reuniões fora das determinações sanitárias e as festas clandestinas ainda preocupam. No dia 29 de julho, a equipe de fiscalização de Marilena interrompeu uma festa clandestina na zona rural. De acordo com informações da prefeitura, a chácara foi alugada por jovens de Nova Londrina, Itaúna do Sul, Diamante do Norte e Maringá. 12 pessoas foram autuadas por descumprirem o decreto municipal de medidas preventivas ao Coronavírus e cada uma pagará multa de R$ 994,08.
Vacinação – O enfermeiro Montagnole calcula que em todo o Noroeste do Paraná aproximadamente 40% da população tenha recebido pelo menos a primeira dose da vacina contra a Covid-19. A expectativa é que a partir dos 50% a situação seja abrandada. “Não teremos mais um pico elevado.”
Na tarde de ontem, a 14ª Regional de Saúde informou que 8.268 doses de imunizantes serão enviadas ao Noroeste pelo Governo do Estado. A nova remessa chega nesta sexta-feira, voltada para o público de 18 a 59 anos de idade, de acordo com a dinâmica de vacinação de cada município. Estão incluídas doses da Pfizer/BioNTech e da Oxfor/Astrazeneca. Do total destinado à região, 2.480 ficarão em Paranavaí.
A orientação é que as pessoas incluídas nos grupos prioritários se dirijam até os pontos de vacinação para receber o imunizante. “A vacina atenua, diminui os fatores de internação hospitalar e a chegada à UTI”, enfatiza o enfermeiro Montagnole. A segunda dose, reitera, é essencial para elevar a eficácia contra a ação do vírus.