YURI EIRAS
DA FOLHAPRESS
O Flamengo espera confirmar em setembro a compra do terreno do Gasômetro, no Rio de Janeiro, e planeja o início das obras de seu estádio no primeiro semestre de 2025.
O espaço em São Cristóvão pertencia ao Fundo de Investimento Imobiliário da Caixa Econômica Federal e foi desapropriado pelo prefeito Eduardo Paes (PSD) em decreto publicado no Diário Oficial do município na segunda-feira (24).
Localizada no centro do Rio de Janeiro, bem perto da principal rodoviária da cidade e do acesso à ponte Rio-Niterói, a área tem 86.592 metros quadrados, segundo cálculo da Caixa.
O edital de licitação vai estipular como obrigatoriedade ao novo proprietário a implementação de equipamento específico no caso, arenas esportivas, o que amarra o leilão a favor do Flamengo. A previsão do clube e da prefeitura é que o edital seja publicado até o fim de julho e que a compra seja confirmada até setembro.
O Flamengo mostrou interesse no terreno no ano passado, realizou encontros com diretores da Caixa, mas jamais conseguiu avançar nas negociações. O desejo pelo espaço começou a ser divulgado pelo clube a partir de março para causar comoção popular.
O projeto passou, então, a ser encabeçado por Paes, que, em vídeos publicados nas redes sociais, pedia à Caixa flexibilização na negociação, e pelo deputado federal Pedro Paulo (PSD), considerado outro padrinho político da proposta.
A área onde o Flamengo pretende construir o novo estádio abrigou por quase cem anos a central de armazenamento de gás do Rio de Janeiro. O Gasômetro foi desativado em 2006, por conta da substituição do gás manufaturado pelo gás natural.
O terreno tem formato retangular. Por isso, o Flamengo planeja um estádio quadrado, como boa parte das novas arenas, não olímpico e circular como o Maracanã. Membros da diretoria visitaram o espaço nesta semana. Eles avaliaram que o terreno plano e a pouca estrutura que sobrou do Gasômetro podem facilitar o avanço da obra.
Pela dimensão do local, a primeira análise do clube aponta para a construção de um estádio menor em largura e maior em altura. Uma das possibilidades é construir dois ou mais anéis de arquibancada. O clube deseja uma capacidade máxima entre 80 mil e 90 mil pessoas. A previsão é que as obras demorem ao menos quatro anos.