Aleksa Marques / Da Redação
Era dia 28 de julho de 2001 quando a maior fogueira já feita na cidade foi acesa no 2º Arraiá do Clube Campestre de Paranavaí. Foram seis pessoas trabalhando ativa e diretamente, sete dias de execução e inúmeros troncos de madeira para a construção da fogueira.
E neste dia de São João, um dos santos mais tradicionais das festas juninas, relembraremos um marco histórico para nossa cidade: o dia em que os céus de Paranavaí brilharam mais intensamente e que fez arder de emoção os corações ali presentes.
Uma empresa de Pirapozinho, do interior de São Paulo, especialista no assunto, foi contratada para fazer tamanha obra. Cabos de aço foram colocados para dar suporte à estrutura e até o Corpo de Bombeiros foi acionado para garantir a segurança. “A ideia inicial era fazer uma fogueira de 10 metros de altura, mas conversando com a diretoria, subimos para os 20. Uma verdadeira ousadia”, disse Edilson Avelar, que na época do acontecimento era Diretor Social do Clube.
Segundo os organizadores, o Edifício Barão do Rio Branco, de Paranavaí, com 7 andares, tem 20 metros de altura. “Imagine uma fogueira deste tamanho, a cidade inteira estava falando sobre isso. Era o assunto do momento e despertou a curiosidade de toda a comunidade”, lembra Edilson.
Generoso Fernandes, que era um dos diretores de Patrimônio do Campestre em 2001, conseguiu os quatro troncos de eucalipto de 20 metros cada para sustentar a armação. Quando foram procurar pessoas e empresas parceiras, um dos que ouviram a ideia perguntou: “Uma fogueira deste tamanho. Vocês estão doidos?”, lembrou Generoso entre risos.
Mas no fim, tudo deu certo. Eles conseguiram um trator do clube, chamaram um cortador e foram até um laticínio parceiro que tinha reflorestamento. “Uma curiosidade que ninguém quase sabe é que no dia do corte o vento estava forte e o tronco quase caiu em uma casa. Um sufoco, mas valeu a pena”, explicou Generoso que se orgulha em ter feito parte do marco para a cidade.
Cena épica – Você deve estar se perguntando: como fizeram para acender a fogueira?
Edilson explica que um cabo de aço foi erguido do chão até o topo das madeiras e uma espécie de buscapé foi agregado à ponta. O pico tinha uma estrutura inflamável com estopas embebidas em gasolina e diversos fogos de artifícios. Quatro pessoas tiveram o privilégio de acender a fogueira de 20 metros: Edilson e Generoso já citados nesta matéria, além do presidente do Clube à época, Luiz Fróis e o então prefeito de Paranavaí em 2001, Deusdete Ferreira de Cerqueira.
A tensão tomou conta desses longos segundos em que o fogo levou para chegar até o cume da edificação. Quando as chamas encontraram os fogos de artifício e o primeiro “pipoco” aconteceu, todas as pessoas presentes ficaram emocionadas e vibraram com tamanha beleza. Edilson disse ainda que as pessoas que usavam chapéu os tiraram em forma de respeito. “Não teve um que não se emocionou, pois foi o maior acontecimento da história de nossa cidade, a maior fogueira que temos notícia em toda região”, lembrou ele enquanto uma lágrima escorria de seus olhos.
Dorivaldo Pereira, hoje gerente do Campestre, começou a trabalhar no clube em 1995 e acompanhou o processo de montagem. “Foi algo inédito para a época, pois ninguém nunca tinha feito uma fogueira tão alta. Comoveu toda a cidade e fico emocionado até hoje em lembrar”, comentou.
O espetáculo, que durou aproximadamente 10 minutos, marcaria para sempre as festas juninas da região. Além da atração visual, a festa contou com o tradicional show de prêmios, concurso de música, dança e as barraquinhas de comidas que ajudavam as entidades sociais.
Perto das 2h da manhã, quando a festa chegava ao fim, a organização avisou o Corpo de Bombeiros que rapidamente apagou o fogo. Depois, a empresa responsável pela montagem retirou madeira por madeira, até desfazer toda a estrutura.
E quando teremos uma nova fogueira gigante?
Avelar disse que foi um projeto ousado para a época e que a ideia foi dada. “De repente o município poderia fazer algo do tipo como um atrativo para a cidade. Uma festa que atrairia milhares de pessoas, fomentaria o comércio e seria um cartão de visitas para Paranavaí.”
Ele lembra ainda que o Distrito de Graciosa tem como tradição fazer fogueiras grandes também, mas nada como a que fizeram. Agora o atual presidente do Clube Campestre, Agnaldo Travain, tem uma grande responsabilidade em mãos: fazer algo que marque a cidade como a fogueira de 2001. “Isso é um grande desafio, mas faremos o possível para atrair cada vez mais a população para eventos do tipo”, completou.
Parabéns Aleska e equipe DN, relembrar os fatos é deixar a História da cidade e região cada vez mais viva, para que os que chegam agora vejam o quanto já foi feito e se incentivem para preservar e estes mesmos despertem para o voluntariado para assim seguirem também contando novas contarem Histórias.