REINALDO SILVA / reinaldo@diariodonoroeste.com.br
Os boletins de ocorrência se acumulam. Já são cinco desde 2016. O abate de animais preocupa o produtor rural Sérgio Zorzi, de Santa Isabel do Ivaí, e provoca prejuízos. O registro mais recente foi no dia 11 de julho. Ele teve três novilhas abatidas, pesando entre 12 e 13 arrobas, avaliadas em aproximadamente R$ 12 mil.
Contou ao Diário do Noroeste: “Abatem com tiro de arma de fogo, descarnam cirurgicamente o animal e levam toda a carne, deixando apenas carcaça, ossos, couro e barrigada”.
Em valores atualizados, os cálculos de Zorzi mostram que as perdas ao longo desses anos chegam a R$ 100 mil. E ele não é o único. “Furtam em várias propriedades, tem sido uma constante aqui na região. De um tio meu, furtaram 19 de 21 que ele tinha. Precisou arrendar a chácara para conseguir renda.”
O presidente do Sindicato Rural Patronal de Santa Isabel do Ivaí, Antônio Ademir Gomes, avaliou que a ação criminosa compromete as produções pecuárias, sejam de corte, sejam de leite, principalmente para os pequenos proprietários. Além do gado, os bandidos levam equipamentos de ordenha, defensivos e outros itens utilizados para a criação animal. Não é possível saber que destinação é dada, disse.
A Polícia Militar não tem números específicos sobre os crimes envolvendo rebanhos, mas um levantamento feito a pedido do DN revela que de janeiro a julho deste ano foram registrados 167 boletins de ocorrência em propriedades rurais do Noroeste do Paraná, incluindo furtos de gado e objetos. No mesmo período de 2021, a PM contabilizou 228 casos.
A auxiliar de Comunicação Social do 8º Batalhão de Polícia Militar (8º BPM), Bárbara Buzignani, afirmou que as propriedades rurais escolhidas para os furtos não possuem muitas características em comum. O principal fator que liga os alvos dos bandidos é estarem em locais afastados.
Ela orientou os produtores a entrarem em contato com a Polícia Militar quando virem algo suspeito. É possível acionar a PM ligando para 190 ou através do aplicativo 190, que pode ser baixado no telefone celular, depois basta se cadastrar e solicitar uma viatura.
O presidente do Sindicato Rural Patronal afirmou que a entidade repassa informações frequentes para os proprietários, indicando medidas preventivas e como agir em casos de furto. Também é usual a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) fazer orientações nesse sentido.
Gomes destacou que o Sindicato Rural está à disposição dos produtores que precisam de informações e indicações em casos de furto.
Patrulha Rural – A auxiliar de Comunicação Social do 8º BPM lembrou que no dia 30 de junho foi lançada a Operação Segurança Rural, com atuação permanente de duas equipes da Polícia Militar. A Patrulha Rural é responsável pelas rondas ostensivas e dialoga com os moradores, buscando a integração da PM com a população. Com isso, é possível alcançar índices de segurança mais elevados.
A Patrulha Rural é parte da estratégia da Polícia Militar do Paraná para inibir a ação de bandidos em propriedades localizadas nos distritos e nas estradas rurais. Tem alcance em todo o Estado, reunindo 76 equipes.