Gabriel Barbosa Almeida, mais conhecido como “Gabigol” chegou ao Flamengo em 2019 por empréstimo e hoje é considerado por muitos como um dos maiores da história do clube. Gabriel iniciou sua carreira no Santos, onde teve grande destaque sendo contratado pela Internazionale de Milão por 29,06 milhões de euros, e após uma passagem sem destaque, foi emprestado ao Benfica onde marcou apenas um gol. Em 2018, novos empréstimos, agora ao Santos e depois ao Flamengo onde conquistou muitos títulos.
Após o grande sucesso em 2019 com Jorge Jesus, Gabigol foi contratado em definitivo pelo clube da Gávea, e de lá para cá sua performance vem caindo exponencialmente a ponto de ter hoje sua titularidade questionada. Importante ressaltar a dicotomia entre o ídolo e o atleta. É inegável o reconhecimento pela participação de Gabigol em conquistas recentes como os gols que deram os títulos da Libertadores para o Flamengo nos anos de 2019 e 2022, em especial contra o River Plate.
Gabigol é atualmente o brasileiro com mais gols em Libertadores, números que precisam ser melhor analisados se levarmos em consideração aspectos relativos como participações e número de jogos de cada atleta. Como rubro negro fanático, reconheço tudo que esse atleta já fez pelo clube, o que não me impede de já vislumbrar um fim de ciclo para ele como aconteceu com todos, inclusive nosso ídolo maior “Zico”.
Acredito que em um deserto de conquistas e ídolos, Gabigol conseguiu preencher o coração do torcedor rubro negro, porém, percebo que sua carreira não consegue deslanchar proporcionalmente ao sucesso conquistado no Flamengo. Gabigol já não é cogitado para a seleção brasileira, tendo seu reserva imediato “Pedro” disputado a última Copa do Mundo. Não se tem notícias de interesse de clubes europeus, ou de fora do Brasil em seu futebol, e pela identificação, perfil e custo-benefício acho pouco provável que haja interesse de um clube Brasileiro em contratá-lo.
A impressão que me passa, é que Gabigol se desconcentrou da carreira, se acomodou com a idolatria rubro negra e perdeu a noção de metas e objetivos a serem alcançadas. Outra hipótese é de que talvez o ponto fora da curva tenha sido 2019, e que o atleta não passa do senso comum com picos de destaque em momentos decisivos, porém sem a regularidade necessária. Percebo também aspectos físicos diferentes, um Gabigol mais hipertrofiado e menos explosivo que outrora. Também vejo um atleta que fugiu as suas características de atacar a última linha adversária como fez nas duas finais de Libertadores (2019/2022), talvez para permanecer no time, optou por cumprir uma função tática de armador, característica que obviamente não possui.
Também me chama a atenção que um atleta com pouquíssimas características de craque tenha recebido a mística camisa 10 do Flamengo, além é claro da falta de sensibilidade dos treinadores em o colocar como capitão, ação completamente antagônica ao seu comportamento indisciplinado, para não dizer histérico, bem como seu egocentrismo demonstrado quase sempre que é substituído.
Para concluir, vejo que a diretoria terá um grande desafio, pois seu contrato vence em 2024, seu salário é um dos maiores do país, o atleta não se valorizou, não tem propostas e a meu ver, se não fosse pelo temor dos treinadores em ir contra essa idolatria já seria reserva de Pedro. Aguardemos como a diretoria se comportará quanto a esse assunto tão delicado de um dos maiores clubes do futebol brasileiro.