Seis pessoas foram presas; investigações apontam envolvimento de ex-monitor prisional e outros agentes na facilitação de crimes dentro e fora do sistema penitenciário
Cibele Chacon – da redação
O núcleo regional de Maringá do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (22), a Operação Trama de Ferro, que apura a atuação de lideranças de uma facção criminosa com ramificações no Paraná e em outros estados. A operação resultou no cumprimento de sete mandados de prisão temporária, 24 mandados de busca e apreensão e medidas de sequestro de valores contra 27 investigados, totalizando R$ 3,5 milhões bloqueados.
As ordens judiciais, expedidas pela 1ª Vara Criminal de Paranavaí, foram cumpridas nos municípios de Paranavaí, Iporã, Guaíra e Sarandi, com o apoio da Polícia Militar e da Polícia Penal. Até o momento, seis pessoas foram presas, sendo cinco em Paranavaí e uma em Guaíra.
As investigações começaram em janeiro de 2025, após o Gaeco de Maringá receber denúncia sobre o envolvimento de um agente público com membros de facção criminosa que atuava no tráfico de drogas dentro de uma unidade prisional. Com o avanço das apurações, foi identificado o envolvimento de integrantes de uma organização criminosa nacionalmente conhecida, que, mesmo presos, continuavam coordenando o tráfico na região, contando com o apoio de pessoas em liberdade.
Entre os investigados está um ex-monitor de ressocialização prisional, que atuava em Paranavaí, demitido no ano passado. Ele atuava por meio de uma empresa terceirizada, não sendo servidor efetivo, e é apontado como facilitador da entrada de celulares na cadeia e da continuidade das ações de tráfico de drogas dentro da unidade.
Segundo o Gaeco, as investigações também indicam a possível participação de outros agentes na facilitação de crimes dentro do sistema prisional. “O que a gente pode perceber é que algumas lideranças de Paranavaí e região continuam presas, mas isso não significa que não estejam sujeitas à legislação penal. Algumas delas ainda atuam dentro da estrutura da organização criminosa”, afirmou o promotor de Justiça Marcelo Alessandro da Silva Gobatto.
Ele destacou ainda que a operação envolveu mais de 100 policiais, reforçando a integração entre as forças de segurança. “O Gaeco, composto por policiais militares e civis, atua de forma firme junto à Promotoria nas investigações relacionadas ao crime organizado. A Polícia Militar também tem um papel essencial nesse suporte, garantindo mais eficiência e qualidade na produção das provas”, completou.
As investigações seguem em andamento, e o material apreendido nesta fase será analisado para aprofundar a identificação de outros envolvidos e a extensão das atividades criminosas.