O Ministério Público do Paraná, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), cumpriu nesta quarta-feira, 5 de julho, cinco mandados de prisão e oito mandados de busca e apreensão no âmbito da Operação Arnaque – investigação conduzida pelo Ministério Público do Mato Grosso do Sul sobre a atuação de organizações criminosas com possível participação de advogados. As ordens judiciais foram expedidas pela 4ª Vara Criminal de Campo Grande (MS) e executadas no Paraná pelos Núcleos de Curitiba, Guarapuava, Cascavel e Maringá do Gaeco.
Apurações sobre o caso identificaram duas organizações criminosas possivelmente lideradas por advogados que seriam responsáveis pela propositura de mais de 70 mil ações judiciais em todas as regiões do país, sendo muitas delas consideradas temerárias pelo Poder Judiciário. As suspeitas de ilegalidade devem-se ao fato de que praticamente todas as demandas tratam de empréstimos consignados supostamente forjados.
Para o cometimento dos ilícitos, o grupo criminoso atuaria a partir da obtenção de procurações de idosos, pessoas com deficiência ou indígenas para ajuizarem múltiplas demandas em nome deles contra instituições financeiras, a fim de obterem acordos em massa e, consequentemente, alcançarem ganhos financeiros para o grupo. Além do MPPR, equipes dos Gaecos dos MPs da Bahia, de Goiás, de Mato Grosso, de Minas Gerais, da Paraíba e do Piauí participaram da ação, com o cumprimento de ordens judiciais. No Paraná, foram apreendidos dispositivos eletrônicos e documentos.
O nome da Operação, Arnaque, (tradução livre do francês golpe) faz alusão aos métodos fraudulentos usados pelas organizações criminosas para enganar as vítimas.