(44) 3421-4050 / (44) 99177-4050

Mais notícias...

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Mais notícias...

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Compartilhe:

Geada afeta lavouras e pastagens em propriedades rurais da região

REINALDO SILVA
reinaldo@diariodonoroeste.com.br

Pastagens e lavouras cobertas de branco. A geada que se espalhou por municípios de todo o Noroeste do Paraná na madrugada de quarta-feira (30 de junho) comprometeu produções rurais e causou prejuízos. Foi o dia mais frio do ano, com registro de 1,4 grau em Paranavaí e os termômetros marcando abaixo de zero em diferentes regiões do Paraná, resultado de uma massa de ar polar que se instalou sobre o Sul do Brasil, mas já começa a se deslocar lentamente, deixando o vislumbre de elevação gradativa das temperaturas a partir desta quinta-feira (1º).

De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), os pastos de produção pecuária foram os mais afetados. Ainda não é possível calcular as perdas, mas o ressecamento dos gramados vai exigir que os pecuaristas aumentem os investimentos com a compra de ração e complementação alimentar para os rebanhos. A orientação é que nos dias de frio mais intenso, os produtores protejam os animais em ambientes cobertos.

Da mesma forma que as pastagens, a geada comprometeu as lavouras. De acordo com o Deral, não existem muitos meios para proteger as plantações, especialmente as mais extensas. Quem cultiva dentro de estufas tem mais garantias contra os efeitos das baixas temperaturas. A preocupação é com os pequenos agricultores, que têm produção em menor escala e, na maioria das vezes, perdem todo o trabalho.

Não foi o caso de Alceu de Freitas. Ele é responsável pela manutenção de uma horta em Paranavaí: prepara a terra, planta, cultiva, colhe. A pequena propriedade fica na área urbana e oferece alface, rúcula, couve, salsinha, cebolinha, coentro e outras variedades de hortaliças. Na manhã de ontem, por volta das 6h, quando chegou ao local, ele jogou água sobre as plantas para empurrar os flocos de gelo e evitar que comprometessem o desenvolvimento das folhas. Aparentemente, a técnica funcionou. “Não perdemos muito.”

A preocupação do produtor é que a constância do frio afete as plantações de maneira definitiva. Entre segunda e terça-feira, Paranavaí alcançou a marca de 2,2 graus, até então, o registro mais baixo do ano. A previsão para esta quinta-feira indicava mínima de 5 graus. Com o deslocamento da massa de ar polar, a expectativa é que na sexta-feira (2), as temperaturas variem de 9 a 25 graus. A meteorologista do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) Lídia Mota informa que pelo menos até a próxima semana, todos os dias terão céu claro.

Alívio para agricultores e pecuaristas, principalmente aqueles que amargaram prejuízos com a geada de ontem e já sentiam os efeitos da estiagem que se estendeu por um longo período, desde meados de 2019 até o final do ano seguinte. As chuvas volumosas que caíram sobre o Noroeste do Paraná em dezembro de 2020 e janeiro deste ano sinalizavam recuperação, mas a escassez de precipitação não contribuiu para a recuperação do solo. No caso do milho (segunda safra), as perdas já se acumulavam antes mesmo da chegada do inverno.

Cenário urbano – Na última segunda-feira (28 de junho), ventos frios derrubaram as temperaturas e a sensação térmica em Paranavaí e anunciaram a intensidade do inverno, estação que teve início no dia 21 de junho e vai até 22 de setembro. Na manhã de ontem, a geada transformou a paisagem urbana, como aconteceu no lago do Parque Ouro Branco. Às 7h, o fotógrafo do Diário do Noroeste, Ivan Fuquini, registrou a névoa sobre a água, resultado da condensação da umidade em forma de vapor, que acontece em períodos de baixas temperaturas.

Os paranavaienses precisaram incrementar o uso de vestimentas para se proteger do frio. Calças compridas, casacos mais pesados, gorros, luvas e cachecóis deixaram os guarda-roupas e acompanharam as pessoas que precisaram sair de casa. As peças típicas de inverno deverão ser vistas com frequência durante todo o inverno, que, segundo o Simepar, será marcado por massas de ar seco de origem polar, com quedas bruscas de temperatura em períodos de 24 e 48 horas.

Difícil para quem sai de casa antes mesmo do nascer do sol e enfrenta as madrugadas gélidas da estação. Célio Augusto atua na varrição de ruas, avenidas e lugares públicos de Paranavaí há oito anos. O frio sempre fez parte da rotina de trabalho nos dias de inverno, mas ele conta que nunca vivenciou sensação térmica tão baixa como terça e quarta-feira.

A boa notícia para quem não tem afeição pelo frio ou precisa enfrentar as intempéries no dia a dia é que podem ocorrer veranicos, ou seja, períodos com temperaturas mais altas, provocadas por massas de ar quente e seco. São de rápida duração e marcados por céu claro.

Abordagem social – Desde que as noites de Paranavaí ficaram mais frias, a equipe municipal de Abordagem Social está mobilizada para acompanhar e acolher pessoas em situação de rua. Na segunda-feira, foram 14 intervenções e duas pessoas aceitaram ir para o Centro da Juventude para passar a noite, com alimentação incluída. O grupo de Centro de Referência de Assistência Social (Creas) também fez busca ativa na terça-feira e retirou quatro pessoas das ruas temporariamente.

Com as rondas diárias, é possível realizar testes rápidos para Covid-19 e oferecer alimentação, banho, transporte e pernoite. As pessoas que optam por permanecer na rua recebem cobertores e itens de higiene pessoal e equipamentos segurança individual. A orientação é: se houver alguma situação que precisa ser verificada, basta fazer contato pelo telefone do plantão da Abordagem Social, (44) 99156-5064.

Compartilhe: