Cantor e compositor, ele teve letras interpretadas por nomes importantes do mercado sertanejo na atualidade, dentre os quais estão Ana Castela, Ícaro & Gilmar, Brenno & Matheus e Luan Pereira
REINALDO SILVA
Da Redação
Memorize este nome: Giovani Avelar. É dele que vamos falar por aqui. Queremos contar como o músico e compositor de Paranavaí ganhou o mercado sertanejo e emplacou canções entre as mais ouvidas do Brasil nas plataformas digitais.
Se você, leitor, está habituado com esse estilo musical, é possível que já tenha escutado “Baqueado”, nas vozes de Ícaro & Gilmar e Panda, “Em cima do peão”, interpretada por Brenno & Matheus e Luan Pereira, e “Um maluco cowboy”, com Country Beat.
A primeira chegou ao top 10 do Spotify; a seguinte alcançou a 24ª colocação; e a terceira figurou entre as 30 mais acessadas no país e ganhou o top 50 na categoria músicas virais no mundo.
Spotify é um serviço digital que permite escutar canções e podcasts e assistir a vídeos, oferecendo opções gratuitas e pagas, e os usuários podem criar álbuns e listas de acordo com as preferências.
“Foi uma realização. Para este ano, tinha a meta de ter uma entre as 200 mais tocadas do Spotify. Ter três assim foi uma realização muito grande. Top um, ainda não cheguei, mas já estou bem realizado. Se eu tiver mais músicas top 50, não preciso nem bater as mais tocadas do Brasil.”
A primeira vez
Recentemente, Giovani Avelar conversou com a equipe do Diário do Noroeste. “É minha primeira entrevista”, disse, “estou um pouco nervoso.” Sugeri que tomasse a situação como um bate-papo, talvez a pressão diminuísse. Assim fizemos.
Começamos falando sobre as lembranças dos primeiros contatos com a música sertaneja. As memórias o levaram à infância, quando ele e o pai, Antônio Avelar, escutavam CDs de Milionário & José Rico, Rio Negro & Solimões e Zezé Di Camargo & Luciano. Quase dá para dizer que a paixão vem de berço.
Aos 12 ou 13 anos de idade – ele não tem certeza –, começou a sonhar em fazer da música profissão. Aos 17, já tocava e cantava em bares de Paranavaí. Aos 20, começou a compor.

A cronologia que apresentamos faz parecer que as conquistas vieram de forma simples, mas o artista paranavaiense enfrentou situações difíceis no percurso. Narrou um episódio que disse considerar um divisor de águas.
Giovani Avelar morava em Maringá. As condições financeiras não eram boas, não tinha mais do que R$ 60 para passar a semana. Naquele domingo, foi a um restaurante perto de casa para almoçar e o estabelecimento estava lotado. Terminou a refeição, saiu e foi abordado por um homem em situação de rua.
“Ele veio até mim e pediu ajuda para se alimentar. O único dinheiro que eu tinha no bolso era o que daria para ele comprar alguma coisa. Aquilo tocou meu coração, me emocionei com a história e ajudei. Cheguei em casa e falei para Deus: ‘Estou em um momento difícil’. Pedi ajuda.”
No outro dia, uma segunda-feira, soube que Tierry e MC Ryan SP gravariam uma música dele. “Foi quando tudo começou a mudar. Foi o momento que Deus falou: ‘Agora você vai começar a ir’. Foi algo que marcou muito não só a minha carreira, mas a minha vida. Isso é até um testemunho.”
Tierry, citado por Giovani Avelar, é cantor e compositor e teve músicas gravadas por Ivete Sangalo, Gusttavo Lima e Jorge & Mateus. MC Ryan SP fez parcerias com Naiara Azevedo, Gusttavo Lima e João Gomes, só para citar alguns nomes.
A lista de artistas que gravaram composições de Giovani Avelar comprova que a carreira deslanchou. Ana Castela, Brenno & Matheus, Luan Pereira, Panda, Ícaro & Gilmar, Duda Bertelli, Country Beat, MC Daniel, MC Tuto, Tierry, MC Ryan SP, Leo & Raphael, Antony & Gabriel, Brenno Reis & Marco Viola, Lucas Reis & Thacio, Marco Brasil Filho e DJ Kevin.
O fã e os ídolos
O artista paranavaiense participou do Festival de Barretos, em agosto deste ano, acompanhando Country Beat e a gravação do DVD de Ana Castela. Estava no palco, olhando para a arena, quando de repente, não mais do que de repente, olhou para trás e viu um grande ídolo: Zezé Di Camargo.
“Já encontrei muitos artistas, e nunca fiquei nervoso, mas com o Zezé, fiquei. Não consegui falar, deu vontade de chorar, a voz não saía. Coisa de fã. Cumprimentei ele, conversamos, ele foi muito atencioso e tirei uma foto com ele. Foi bem especial.”

Foto: Arquivo pessoal
Também neste ano, Giovani Avelar participou da gravação do DVD de Country Beat, com cinco músicas dele no repertório. “Foi a primeira vez que tive mais de três músicas no mesmo DVD.”
Depois de todo o trabalho, enquanto conversavam, chegou o cantor Rio Negro, que faz dupla com Solimões, outro ídolo do paranavaiense. “Eu me emocionei bastante. Lembrei da época que ia para o sítio do pai, e ele gostava muito do Rio Negro & Solimões. Ele falou: ‘Cara, olha onde conseguimos chegar’. Graças a Deus.”
O futuro
Giovani Avelar contou que sempre apreciou os bastidores da música, a composição, a produção musical. Percebeu que seria possível sobreviver financeiramente se se tornasse compositor. Estudou, aprendeu, persistiu e nunca perdeu a fé.
Pretende seguir nessa direção, buscando no dia a dia inspiração para escrever. O fato de ver as próprias músicas fazendo parte da vida das pessoas, marcando relacionamentos, eternizando momentos importantes, tudo isso dá forças para continuar e tentar chegar cada vez mais longe.
Se deseja estar no palco para cantar? Sim, mas talvez não agora. É tempo de compor. Quer se sentir mais seguro e ter a carreira cada vez mais consolidada antes de dar o novo passo.