O Governo do Estado vai fortalecer o apoio à agroindústria familiar. Os programas voltados às pequenas cooperativas e associações da agricultura familiar, particularmente o Coopera Paraná, serão mantidos e aperfeiçoados, com editais mais assertivos e diretos centrados em algumas culturas ou regiões.
“Há um espaço enorme para continuarmos nos organizando”, afirmou o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, na abertura do Seminário de Políticas Agrícolas promovido pela Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná (Fetaep), nesta quarta-feira (15).
“Vamos continuar repassando recursos, especialmente capital de investimento, para agregar valor, para processar na pequena cooperativa”, disse Ortigara. Também está previsto para este ano contratação de novos profissionais para ajudar na gestão e na parte técnica das pequenas cooperativas. “Vamos reforçar o time. Serão igualmente fortalecidos os programas de compra direta da agricultura familiar”, afirmou.
O Governo do Estado, disse o secretário, vai construir um processo consequente para que as empresas nasçam pelo empreendedorismo, cresçam e sejam boas. Segundo ele, os programas que já estão em curso continuam. Entre eles, o Susaf/PR – Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte. Os municípios que aderem ao Susaf/PR podem autorizar agroindústrias qualificadas com inspeção municipal a vender para todo o Estado. Atualmente, há 21 municípios que aderiram. A intenção é encerrar o mandato do atual governo com pelo menos 200 municípios no Susaf.
Ortigara salientou que o governo estadual também tem a possibilidade de fomentar algumas cadeias produtivas com repasse de recursos aos municípios, a exemplo do Programa de Revitalização da Viticultura (Revitis). Para o produtor, o Estado criou o Banco do Agricultor Paranaense. Uma das linhas contempla investimentos para implantação, expansão, modernização e adequações para atendimento às exigências sanitárias de agroindústrias.
Com o Banco do Agricultor, o Estado banca parte ou todo o juro. A equalização das taxas nessa linha tem como critério a absorção pelo Estado de até três pontos percentuais ao ano em agroindústrias localizadas em municípios com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) abaixo da média estadual ou aquelas com faturamento até R$ 4,8 milhões ao ano.
Se as empresas estiverem nos demais municípios do Estado, ou o faturamento anual ficar entre R$ 4,8 milhões e R$ 16 milhões, a equalização é de dois pontos percentuais. “Quanto mais para baixo trouxer o custo do dinheiro, mais facilita a vida do agricultor”, afirmou o secretário.
Eixos programáticos – No encontro, o secretário projetou os eixos em que a política agropecuária paranaense vai se sustentar nos próximos anos: segurança hídrica, segurança energética, segurança tecnológica, segurança sanitária, segurança alimentar e segurança de informação. “Temos que conquistar espaços, mostrar que a gente tem qualidade, tem sanidade, que tem tamanho, que podemos construir uma relação comercial duradoura e de confiança, que podemos ser um bom fornecedor e que temos preço competitivo em dólar”, propôs.
Execução – O presidente da Fetaep, Marcos Brambilla, salientou que o seminário, que prossegue até esta quinta-feira (16), reúne lideranças dos sindicatos de trabalhadores rurais de todo o Estado, com o intuito de qualificação e de conhecimento dos planos do governo. “Temos compromisso na execução, para que isso aconteça da melhor maneira e atenda as demandas da agricultura familiar e do trabalhador rural. A presença do secretário aqui para passar todo o rol de ações que vêm sendo construídas pelo Governo do Estado é extremamente importante porque vamos ajudar a fazer isso acontecer na base”.