REINALDO SILVA
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A Sociedade Rural do Noroeste do Paraná (SRNP) trabalha na restruturação da grade de shows da 50ª ExpoParanavaí. O evento seria realizado de 3 a 13 de março, mas foi adiado para 27 de maio a 5 de junho, decisão anunciada no último sábado (5).
A programação artística estava assim definida: Maiara e Maraisa no dia 3, Hugo e Guilherme no dia 4, Fred e Fabrício e Edson e Hudson no dia 5, Zé Vaqueiro no dia 10, Luan Santana no dia 11 e Alexandre Pires no dia 12. Os passaportes para os sete shows já estavam sendo vendidos e a SRNP assumiu o compromisso de reembolsar as pessoas que fizeram a compra, no valor de R$ 190.
De acordo com o presidente Mário Hélio Lourenço de Almeida Filho, é provável que alguns cantores que participariam da 50ª ExpoParanavaí em março não tenham disponibilidade para a nova data. “Estamos tentando confirmar com todos. Se não conseguirmos, vamos buscar novos nomes.”
Ainda não existe prazo para a confirmação da nova programação, mas a expectativa é que seja divulgada em breve, disse o presidente da SRNP.
Os prejuízos estão sendo calculados. Rescisões de contratos e custos com operadoras de cartão de crédito são alguns dos problemas enfrentados pela entidade organizadora da festa. “Sempre há perdas e nós estamos assumindo esse ônus”, declarou Mário Hélio. Complementou: “Pior seria se houvesse aumento de casos, mais pessoas internadas e perdas de vidas”.
Ele se referiu aos números da pandemia de Covid-19. Apesar dos sintomas mais leves do que outras variantes, a velocidade de transmissão da Ômicron é maior. O salto de confirmações de dezembro de 2021 para cá e o retorno da demanda por leitos hospitalares foram as principais motivações para a decisão da Sociedade Rural do Noroeste do Paraná.
Segundo o presidente, a diretoria acompanhava a evolução da doença, comparando dados de Paranavaí e dos municípios do Noroeste do Paraná, buscando informações junto ao Governo do Estado, avaliando a situação em todo o País.
Em nota, a SRNP destacou que o adiamento da ExpoParanavaí “tem como principal objetivo proteger o sistema público de saúde, uma vez que as aglomerações no Parque Costa e Silva poderiam contribuir para a disseminação do coronavírus”. O texto segue dizendo que “a situação poderia ensejar a edição de decretos restritivos com impactos negativos sobre a indústria, comércio e prestadores de serviços, entre os quais os promotores de eventos, bares, lanchonetes e restaurantes, que foram bastante castigados com a pandemia”.
A mudança de data recebeu aprovação do prefeito de Paranavaí, Carlos Henrique Rossato Gomes (KIQ), que se manifestou pelas redes sociais: “Parabéns à Sociedade Rural pela responsabilidade”.
No ano passado, o gestor municipal anunciou que adotaria medidas para retomar a posse do Parque de Exposições Presidente Artur da Costa e Silva, utilizado pela SRNP em regime de concessão. À época, KIQ afirmou que não se opunha à realização da feira agropecuária, mas criticou o fato de o espaço não ser aproveitado para eventos em outros períodos do ano, com encontros técnicos, palestras e capacitações para os produtores rurais.
50 anos – A primeira exposição agropecuária organizada pela SRNP foi realizada em 1970. Em 2020, a feira chegou à 49ª edição. O evento deixou de acontecer em duas ocasiões: uma vez na década de 1980 e outra em 2021, por causa das restrições impostas pela pandemia de Covid-19.
Agora, em 2022, a ExpoParanavaí atingirá a marca de 50 edições. Na avaliação da diretoria da Sociedade Rural, todos os números apontam que o Jubileu de Ouro terá uma das maiores e melhores festas já realizadas ao longo de todos esses anos. A nota divulgada pela entidade para justificar o adiamento diz: “Será um evento histórico e à altura de nossa próspera região e do aniversário de 50 anos”.
O presidente Mário Hélio garantiu que o formato do evento será mantido, com rodeios, exposições, parque de diversões e apresentações artísticas. “Quem procurar entretenimento poderá aproveitar com segurança. Quem for atrás de negócios terá grandes oportunidades e tranquilidade em relação à pandemia.”
As projeções dos estudiosos apontam que o pico da variante Ômicron seja alcançado ainda em fevereiro, com redução gradativa da transmissão do vírus e do número de casos.