Além da qualidade dos campos, o debate girou em torno dos riscos de lesões no sintético, possivelmente maiores
Nas últimas semanas, o uso de gramado natural ou sintético nos estádios virou tema de debate no futebol brasileiro. Diversos jogadores como Neymar, Lucas, Thiago Silva, Bruno Henrique, Philippe Coutinho, Alan Patrick, Gabigol, entre outros, se posicionaram contra o piso artificial.
Em Paranavaí, o Diário do Noroeste conversou com pessoas ligadas ao Atlético Clube Paranavaí (ACP) SAF para saber como se posicionam sobre o tema e a possibilidade do uso de grama sintética no Estádio Municipal Doutor Waldemiro Wagner. Entre os entrevistados há um consenso de que a melhor opção é o gramado natural, desde que bem cuidado e com boas condições de jogo.
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O diretor de futebol do ACP, Adriano Pimenta, disse que o clube não descarta a instalação de gramado sintético no estádio em Paranavaí, porém estudos iniciados na temporada passada precisam ser encerrados para avaliar qual a opção mais viável.

(Foto: Ivan Fuquini)
No levantamento inicial, a empresa contratada para o serviço apresentou a proposta de troca total ou parcial do gramado. Nos primeiros números divulgados, o clube precisaria fazer o investimento entre R$ 500 mil e R$ 1,8 milhão, a depender da escolha. A troca parcial teria o custo mais baixo.
Já instalação do sintético custaria aproximadamente R$ 1,8 mi e a troca total com grama natural teria investimento próximo de R$ 1,5 mi. A vantagem do piso artificial é o baixo custo com manutenção, diferentemente do convencional, que requer maior cuidado.
Apesar dos primeiros levantamentos, não houve definição por parte do clube. Pimenta ressalta que o tema não teve seguimento, pois o clube fez investimentos no centro de treinamentos e está focado na montagem do elenco para a disputa da Série B do Paranaense.
Ele reconhece que o campo do estádio precisa de melhorias. Para isso, o clube contratou uma empresa local para prestar assistência na manutenção. “O gramado teve uma melhora significativa desde quando assumimos o ACP.”
Contratado para comandar o Vermelhinho na temporada 2025, o técnico Fabricio Carvalho disse que já trabalhou em ambos os tipos de gramados e que a maior diferença é o quique e a velocidade com que a bola rola.

(Foto: Ivan Fuquini)
Ele avalia que nem todos os campos naturais são bem tratados e dão as melhores condições de jogo. Por isso, o técnico avalia positivamente os jogos em sintéticos, desde que dentro dos padrões exigidos pela Fifa.
No caso do gramado artificial ou sintético, a entidade máxima do futebol tem um programa de qualidade estabelecido para gramados de futebol, e somente produtos que estejam em conformidade com esse programa devem ser considerados como grama sintética adequada. Os níveis de certificação são Fifa Quality Pro, Qualidade Fifa e Fifa Básica.
No Brasil, entre clubes que disputam as Séries A e B do Campeonato Brasileiro, quatro estádios possuem atualmente gramado sintético: Allianz Parque, Ligga Arena, Nilton Santos e MRV Arena. Na Série B do Paranaense o ACP deve jogar em apenas um estádio com gramado artificial, no Atílio Gionédes, em Campo Largo, local em que o Patriotas manda seus jogos.

(Foto: Ivan Fuquini)
Além da qualidade dos campos, o debate girou em torno dos riscos de lesões no sintético, possivelmente maiores.
Tulio Arsufi, fisioterapeuta do ACP, explicou que os estudos ainda não conseguem comprovar ou negar a tese de que gramados sintéticos causam mais lesões, porém atletas relatam que sentem dores articulares maiores ao jogar em gramados artificias ou em campos duros.
O fisioterapeuta também ressalta que depende da qualidade do gramado sintético. “Uma coisa são os gramados do Allianz Parque, Arena MRV, Nilton Santos e Ligga Arena. Já os gramados sintéticos das quadras que possuímos na cidade, que não passam por manutenção recorrente e teste de qualidade, são outra coisa”.