A gratificação paga pelo Governo do Estado a diretores e diretores-auxiliares que mantêm uma boa média na frequência escolar passará a atender todos os colégios da rede estadual do Paraná, incluindo os menores, com até 150 estudantes matriculados, o que atinge principalmente as escolas do campo. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (16) pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior durante o Seminário de Diretores Escolares, que aconteceu em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná.
“Esta foi mais uma estratégia que criamos para melhorar os índices educacionais do Paraná e para manter o aluno dentro da escola, que é onde ele deve estar”, afirmou o governador. “Trabalhamos de forma muito próxima com os diretores, educadores e toda a equipe pedagógica. Nossa preocupação é criar um bom currículo escolar para os estudantes, para que eles possam se tornar bons cidadãos no futuro”.
Neste ano, a Secretaria de Estado da Educação vai destinar R$ 20 milhões para o pagamento do bônus, condicionado à frequência dos estudantes. O projeto acontece desde maio de 2022 e contemplava colégios onde a frequência dos estudantes era maior ou igual a 85% e que tinham a partir de 150 matrículas.
Agora, colégios com menos de 150 alunos também poderão participar do projeto, o que possibilitará que o recurso chegue aos diretores de escolas do campo. De acordo com a pasta, são cerca de 540 colégios deste porte no Estado, 70% deles no campo.
“Havia uma reivindicação dessas escolas para também serem atendidas por essa iniciativa. Então estamos encaminhando um projeto de lei para a Assembleia Legislativa para atender os diretores de escolas de menor porte”, explicou o secretário estadual da Educação, Roni Miranda.
O valor pago aos diretores, que ainda está sendo definido, é gradativo, de acordo com o número de estudantes matriculados e com o grupo de frequência em que a escola se enquadra. A gratificação se soma ao salário mensal dos gestores, mas não é incorporável na inatividade e também não incide sobre contribuição previdenciária, férias e outras vantagens.
Critérios – A premissa para condicionar o bônus à frequência foi construída a partir de pesquisas acadêmicas. Em vários países, a frequência escolar é o indicativo mais sólido para mensurar a qualidade da aprendizagem e o clima escolar.
De acordo com o projeto de lei que criou o benefício, o objetivo da proposta é valorizar os profissionais que representam os gestores escolares como lideranças pedagógicas e administrativas das instituições de ensino da rede estadual do Paraná.
Além disso, a proposta de manter uma boa frequência busca estimular e incentivar os gestores das instituições de ensino na implementação de políticas contra o abandono escolar, o que contribuirá para garantir a presença do estudante na escola. Isso também dá mais qualidade na aprendizagem do estudante, além de recuperar o papel das escolas no local em que está inserida, já que os reflexos são percebidos em toda a comunidade escolar.
A Escola Estadual Jorge de Lima, de Salto do Lontra, no Sudoeste do Estado, tem um trabalho muito próximo com todo o coletivo escolar, especialmente com a equipe pedagógica, para fazer o controle diário da frequência.
“Os professores nos repassam já na primeira aula os alunos faltantes e a equipe diretiva já envia um recado para confirmar o motivo. O ponto de partida para o trabalho de aprendizagem é a frequência do aluno, para fazer com que ele esteja na escola todos os dias”, contou a diretora Vanessa Cristina Raquelli. “Por isso acho muito importante ter uma valorização quando fazemos esse trabalho de trazer o aluno para a escola”.
Ganhando o mundo – No evento em Foz, o governador também destacou a ampliação do programa Ganhando o Mundo, que no ano passado levou 200 alunos para o Canadá e Nova Zelândia para um intercâmbio durante um semestre letivo.
O programa está agora com inscrições abertas para mais três edições. Na terça-feira (14), foi lançado o Ganhando o Mundo França, que funcionará em regime de reciprocidade: 40 estudantes franceses virão ao Paraná e, em seguida, 40 alunos paranaenses irão à França. O investimento será de R$ 830 mil.
Em janeiro deste ano foi lançada a edição voltada aos professores e pedagogos da rede estadual, com 96 vagas e embarque previsto para setembro deste ano. Os destinos são Finlândia e Canadá, onde os candidatos selecionados terão uma experiência de até quatro semanas de formação continuada em uma instituição de ensino superior. O investimento será de R$ 3 milhões.
Também tem inscrições abertas a edição de 1.000 vagas para alunos da rede, com embarque em 2024 para Austrália, Canadá, Estados Unidos, Inglaterra e Nova Zelândia. O investimento será de R$ 56 milhões.
Presenças – Também participaram do evento em Foz do Iguaçu o secretário de Estado da Comunicação, Cleber Mata; o diretor-presidente da Fundepar, Marcelo Pimentel Bueno; a chefe do núcleo regional da Educação de Foz do Iguaçu, Silvana Garcia; e os deputados estaduais Hussein Bakri (líder do Governo) e Matheus Vermelho; e o prefeito de Foz do Iguaçu, Chico Brasileiro.