Trabalho na área urbana começou pelo Distrito de Sumaré e se estenderá por todos os bairros. Serão pelo menos 100 dias para cobrir toda a extensão do município
REINALDO SILVA
Da Redação
No prazo de 12 dias, a Secretaria de Agricultura de Paranavaí erradicou mais de 800 árvores cítricas em propriedades urbanas no Distrito de Sumaré. A medida faz parte de um conjunto de ações necessárias para conter o avanço do greening, doença que coloca em xeque o futuro da citricultura.
O secretário Tarcísio Barbosa assegurou que 100% das plantas eliminadas estavam contaminadas, necessariamente por não haver o devido controle da praga, com aplicação de produtos eficientes contra o inseto transmissor, o psilídeo.
Todos os bairros e distritos serão alcançados pela equipe da Secretaria de Agricultura, trabalho que deverá se estender por aproximadamente 100 dias.
Um mapeamento feito pela administração municipal aponta a existência de pelo menos 3.000 imóveis com pés de frutas cítricas no perímetro urbano, sem mencionar espaços públicos, tais como calçadas e fundos de vale.
Outra preocupação externada por Barbosa é a existência de murtas, plantas ornamentais que hospedam o psilídeo. O cultivo e a comercialização em Paranavaí são proibidos desde 2007, por força de lei municipal. Naquela época, o avanço do greening também ameaçava a produção comercial de laranjas, uma das principais atividades econômicas do município, responsável por 30% do Produto Interno Bruto (PIB).

Foto: Ivan Fuquini
MOBILIZAÇÃO – Na última quarta-feira (12), representantes de diferentes segmentos da cadeia citrícola se reuniram em Paranavaí a fim de avaliar o cenário atual em todo o Paraná, especialmente nas regiões Norte e Noroeste, que concentram a maior parte dos pomares do estado.
Participaram do evento produtores, profissionais técnicos dos setores público e privado, gestores municipais e outras lideranças.
A mobilização desses agentes começou há cerca de dois anos e meio, quando os citricultores identificaram a rápida elevação do índice de árvores contaminadas pelo greening.
A primeira reunião oficial do setor produtivo, em Paranavaí, foi em 2023. Representantes da prefeitura e de órgãos governamentais estaduais, produtores, consultores, pesquisadores e industriais apontaram a gravidade do problema e decidiram atuar de maneira conjunta com o intuito de erradicar plantas doentes e conter a proliferação do psilídeo.
Em Paranavaí, ainda em 2023, as secretarias de Agricultura, Meio Ambiente e Infraestrutura começaram o corte de árvores pelas vilas rurais, dando prioridade às áreas próximas a pomares comerciais. Desde então, entre 15 mil e 20 mil plantas cítricas foram eliminadas.