A crescente confirmação de casos de gripe pela Influenza H3N2 no Estado do Paraná tem gerado preocupações e dúvidas, sobretudo devido ao aumento da procura nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de pessoas com sintomas respiratórios. Esse quadro é intensificado, também, devido às profundas semelhanças entre os sintomas da Covid-19.
Atualmente, a transmissão da Influenza H3N2 é considerada comunitária, isto é, ocorre entre pessoas do mesmo território e com indivíduos sem histórico de viagens, o que torna impossível definir a origem da transmissão do vírus. Com relação à Covid-19, festas de final e início de ano, avanço da variante ômicron e crescimento de novos casos em vários países indicam um período mais complicado da circulação da doença neste início de 2022.
“O aumento da procura pelos serviços de saúde de pessoas com sintomas gripais tem chamado a atenção, principalmente pelo momento em que estão acontecendo, nesta época mais quente do ano. Comumente, esses casos tendem a ser observados no período de outono e inverno, mas, diante do atual diagnóstico, é esperado que o número siga aumentando nos próximos dias. Por isso, estamos unindo esforços não apenas pela vacinação, mas também pela conscientização da população sobre os cuidados a serem tomados”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.
Embora os sintomas entre Covid-19 e Influenza possam ser considerados essencialmente idênticos, é possível notar diferenças entre a intensidade dos casos, que podem ser classificados como Síndrome Gripal (SG) e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
No caso de Síndrome Gripal (SG), o indivíduo apresenta quadro respiratório agudo, caracterizado por febre, dor de cabeça, tosse, coriza, congestão nasal, dores musculares, distúrbios olfativos ou gustativos, fadiga, vômitos e diarreia. Já na Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), o indivíduo já possui SG, mas também pode apresentar desconforto respiratório, pressão ou dor persistente no tórax, saturação menor que 95% em ar ambiente e coloração azulada (cianose) dos lábios ou rosto.
Cuidados – Os cuidados preventivos da gripe também compartilham similaridade com a maioria das doenças transmitidas por vias respiratórias. Entre as principais orientações estão: uso correto de máscara, distanciamento social, manter ambientes ventilados com livre circulação de ar, higienização das mãos e evitar contato próximo com pessoas que apresentem sintomas respiratórios.
“Os cuidados não farmacológicos são uma medida de responsabilidade social que ajudam no combate da pandemia da Covid-19 e que também possuem validade para a prevenção da gripe. A vacinação é outro ponto central e temos imunizantes para ambas. A quem ainda não se vacinou, seja de Covid-19 ou de Influenza, pedimos para que se encaminhe ao ponto de atendimento mais próximo e o faça o quanto antes. É possível tomar as duas vacinas no mesmo dia”, reforçou o secretário.
Ao notar a presença de sintomas, a Sesa orienta a população a buscar atendimento na unidade de saúde mais próxima e, em caso de confirmação, para que o paciente siga as indicações médicas. O período de transmissão é de um dia antes do aparecimento dos sintomas e até cinco a sete dias após adoecer. Também é recomendado à população geral, acima de seis meses de idade, que se imunize com a vacina da gripe.
“Esse aumento de casos é um reflexo também da baixa adesão da população à vacinação da gripe em 2021, que mesmo dentro da média nacional, foi de apenas 70%. Por isso, meu apelo é para que todos busquem a unidade de saúde mais próxima e se imunizem o quanto antes”, afirmou Beto Preto.
Segundo ele, com relação à Influenza, o uso do medicamento antiviral Oseltamivir (Tamiflu) tem se mostrado um recurso terapêutico de impacto na redução da gravidade dos casos. Disponibilizado em todas as Regionais de Saúde e com estoque abastecido, o medicamento é indicado, principalmente, para pacientes com Síndrome Gripal (SG) com fatores de risco ou com quadro de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).