Um dos principais grupos comerciais com atuação na Região Metropolitana de Curitiba, o Grupo Moura & Costa deu o primeiro passo para uma nova fase de expansão dos negócios. Após adquirir uma fazenda em São João do Caiuá, a empresa se lançou como produtora de laranja e deu início ao plantio da fruta no noroeste paranaense. Na semana passada, um evento com autoridades locais e empresas parceiras marcou o começo da plantação.
Há quase 20 anos no mercado produzindo e comercializando diferentes insumos, o Grupo Moura & Costa desenvolveu um projeto robusto para se tornar um dos grandes produtores de laranja da região. O principal objetivo da inserção no mercado de citros, de acordo com Pedro Henrique Bastian de Moura e Costa, é produzir as frutas que irão abastecer a indústria de sucos pertencente ao grupo, a Suco Mitz.
A ideia começou a ser desenvolvida em dezembro do ano passado, com a compra da Fazenda São José da Bela Vista, propriedade com 196 hectares na área rural de São João do Caiuá. “Nós vimos como algo muito estratégico termos a nossa fazenda, com a nossa matéria-prima e com o nosso controle de qualidade para abastecer a indústria”, revelou o diretor do Grupo Moura & Costa.
Márcio Trindade, gerente da Suco Mitz, pontuou que a produção própria da fruta também vai permitir que a empresa alce novos voos em relação à expansão da fábrica. Segundo ele, essa nova fase dá liberdade para que o grupo projete um crescimento maior e até alcance novos mercados.
“Esse investimento vai nos dar uma sustentabilidade de produto e garantir a nossa produção em 100%, mantendo qualidade da fruta durante o ano todo, sem oscilação de entressafra nem uma oscilação gritante de preço. Por meio disso, nós vamos conseguir aumentar a nossa capacidade de produção e poder, então, visualizar mercados novos para entrarmos. E com a produção da laranja sob o nosso controle, a gente consegue atender com excelência esse mercado”, detalhou Trindade.
Investimento na região
A escolha pelo investimento em São João do Caiuá se deu após intensas pesquisas de mercado pelo Paraná. O grupo encontrou na região potencial produtivo e viu a oportunidade de obter mão de obra qualificada e tecnologia diferenciada para auxiliar no crescimento da plantação.
De acordo com a diretoria da empresa, a previsão é investir milhões de reais desde o plantio das mudas até a futura colheita das frutas, gerando centenas de empregos e renda à população local.
Durante a inauguração do plantio na Fazenda São José da Bela Vista, o diretor agrícola da propriedade, Hélio Luciano de Lima, reafirmou o compromisso à frente do empreendimento e a confiança depositada nele pelo Grupo Moura & Costa.
“Eu me sinto lisonjeado em participar desse projeto, que é um projeto dos nossos sonhos. Nós temos que unir forças para que essa iniciativa cresça cada vez mais”, agradeceu.
O Grupo Moura & Costa ainda destacou que conta com ajuda do prefeito do município, Stefan Pauka, e demais autoridades da região para a erradicação das plantas hospedeiras do inseto transmissor do HLB (Greening).
Sustentabilidade e inovação
A preocupação com o meio ambiente é um dos fatores que norteou o Grupo Moura & Costa no desenvolvimento do projeto para a Fazenda São José da Bela Vista. Conforme o diretor do grupo, Pedro de Moura e Costa, o principal objetivo era tentar realizar uma junção efetiva de sustentabilidade e produtividade, utilizando a tecnologia como base.
A inovação está inserida desde o plantio das mudas de laranja, que são geradas dentro de embalagens biodegradáveis, diminuindo a geração de lixo. “É um modelo novo, totalmente sustentável, ecológico, que vem ao encontro daquilo que a fazenda propõe. Essas mudas podem ser plantadas diretamente, sem necessidade de retirar a embalagem. É uma novidade e a primeira muda de laranja do Brasil produzida na embalagem biodegradável foi plantada na Fazenda São José da Bela Vista”, explicou Carlos Bornin, representante da Agromillora, empresa produtora das mudas.
Outro destaque implementado na propriedade é a lagoa construída para irrigação e a mini usina de energia solar, sistemas que vão permitir que a fazenda seja autossustentável. “Nosso reservatório de água tem 22 mil metros quadrados, com sete metros de profundidade. E para trazer a energia para toda essa irrigação e para a fazenda como um todo, a gente vai fazer uma estrutura flutuante de painéis solares, gerando energia sem utilizar a área de plantio”, afirma Pedro de Moura e Costa.