Cibele Chacon e Igor Mateus – da redação
Em Paranavaí, uma sorveteria se destaca mais do que pelo sabor dos sorvetes, mas também pela história de resiliência e amor que acompanha seus proprietários. Hélio Vergílio Souto e Rosana Hyakutake, casados há 20 anos, construíram juntos um negócio que já faz parte do cotidiano dos moradores locais há mais de três décadas.
A história começou quando Hélio decidiu apostar no ramo dos sorvetes. Após muita batalha, ele conseguiu seu primeiro ponto ao lado da Igreja São Sebastião, onde permaneceu por quase 20 anos.
“Foi muito sofrido porque aquela mulher [proprietária do ponto] judiou muito da gente, queria cobrar luva, dar o ponto pra outro, mas consegui vencer”, relembra Hélio. Mas as dificuldades não pararam por aí. O terreno foi vendido, obrigando-os a se mudar para um novo ponto, em frente à igreja, onde permaneceram por mais uma década.
Mais uma vez, a vida impôs obstáculos: “A mulher alugou o ponto para a farmácia sem minha autorização, não deu preferência para a gente. Tive que montar a trouxa de novo, caçar outro ponto”, conta Hélio. Esse novo ponto, localizado a uma quadra de distância da igreja, já está em atividade há três anos.
Apesar das adversidades, a sorveteria continuou a crescer, conquistando clientes fiéis. “Foi comentando com um, com outro, em mercado, em todo lugar da cidade, avisando os freguês”, explica Hélio. A dedicação do casal fez com que, aos poucos, o movimento retornasse.
Hoje, a sorveteria é um exemplo de estrutura e qualidade, oferecendo um ambiente agradável, com mesas, banheiros e um produto de excelência. Hélio destaca a importância de manter o padrão: “Se for pra colocar produto ruim não coloco, sempre melhorar. Eu fabrico meu sorvete com capricho. Você não pode comer porcaria dos outros, porque o dinheiro que você tem no bolso é sofrido e tem que pagar por uma coisa boa.”
Além do tradicional sorvete italiano, a sorveteria inovou ao lançar o sorvete na chapa, ampliando ainda mais as opções para os clientes. A generosidade e humildade do casal também são marcas registradas. “Quando vem uma criança pedir sorvete a gente não nega. A gente não é nada nessa vida, a gente é humilde e trata bem os clientes”, afirma Hélio.
A rotina é intensa, das 8h até a meia-noite, mas a paixão pelo que fazem mantém o casal motivado. “Não dá pra parar, porque a gente já acostumou e não consegue parar. É cansativo, mas a gente tem que levantar e trabalhar pra nunca perder o ritmo de trabalho”, diz.
Com um filho de 26 anos, Thomas Waki, Hélio e Rosana seguem firmes, celebrando cada conquista e superando os desafios que aparecem no caminho. A sorveteria, que começou com muito esforço, é hoje um símbolo de perseverança e qualidade em Paranavaí.
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