Mulheres sob a terapia medicamentosa têm menores chances de contágio no período de gravidez ou no parto, mas o leite materno ainda contém o vírus
REINALDO SILVA -Da Redação
Os benefícios do aleitamento materno nos seis primeiros meses de vida são inquestionáveis, por isso a prática é amplamente incentivada. O alimento tem composição química adequada, é digerido com mais facilidade, diminui fenômenos alérgicos e fortalece o sistema imunológico contra infecções. Além disso, o ato de amamentar promove interação entre mãe e filho, criando laços psicológicos e afetivos.
Apesar de todas as vantagens conhecidas, há casos para os quais a amamentação não é recomendada, como quando a mãe tem diagnóstico positivo para o vírus da imunodeficiência humana (HIV na sigla em inglês). O motivo: o risco de transmissão para o bebê.
A responsável pelo programa de Controle de IST/Aids na 14ª Regional de Saúde de Paranavaí, Maria da Penha Francisco, explica que há diferentes possibilidades de transmissão vertical – de mãe para filho – durante a gestação, no momento do parto e após o nascimento.
Mulheres sob a terapia medicamentosa têm menores chances de transmitir o HIV no período de gravidez ou no parto, mas, conforme alerta a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), “o risco de transmissão vertical continua por meio da amamentação, e o fato de a mãe utilizar ARV [antirretroviral] não controla a eliminação do HIV pelo leite e não garante proteção”.
Sendo assim, a Fiocruz é taxativa: “Toda puérpera vivendo com HIV/Aids deve ser orientada a não amamentar e informada sobre o direito de receber a fórmula láctea”.
A fórmula referida pela Fiocruz, também chamada de leite artificial, é um alimento para recém-nascidos e bebês com menos de 12 meses de idade. O produto pode substituir parcial ou integralmente o leite materno.
DEZEMBRO VERMELHO – Em todos os anos, o dia 1º de dezembro dá início a uma campanha de conscientização sobre HIV/Aids, com ações voltadas à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento.
Neste ano, a campanha Dezembro Vermelho também destaca um aspecto importante nesse cenário, o combate ao preconceito. O tema é “HIV. É sobre viver, conviver e respeitar. Teste e trate. Previna-se”.
Para marcar a iniciativa, as unidades básicas de saúde de todo o Noroeste do Paraná aproveitaram o mês para intensificar orientações e testagens de HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis.
A campanha Dezembro Vermelho chega ao fim nesta terça-feira (31), mas a distribuição de preservativos íntimos, a realização de testes e o tratamento medicamentoso podem ser acessados gratuitamente em qualquer período do ano, fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).