Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), os homens são mais propensos a se envolver em acidentes de trânsito do que as mulheres. Cerca de três quartos (73%) de todas as mortes no trânsito que ocorrem nas Américas são entre jovens do sexo masculino com menos de 25 anos.
Dados da PNAD 2021 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), do IBGE, destacam que os homens estão entre os principais responsáveis por acidentes de trânsito, e a faixa etária de 20 a 24 anos é a mais impactada (36,2%).
Essa é a realidade de diversos estados brasileiros. No Espírito Santo, neste primeiro semestre de 2022, foram registrados mais de 7 mil acidentes de trânsito, e 64,3% deles envolvem homens. Em Sergipe, durante todo o ano de 2021, segundo dados da área de Vigilância e Prevenção de Violência e Acidentes da Secretaria de Estado da Saúde, 390 pessoas morreram vítimas do trânsito, sendo que destes, 338 eram homens, representando 87% do total.
Em 2020 o cenário não foi diferente. Uma pesquisa da plataforma ISP-Trânsito mostrou que a maioria dos acidentes fatais do Rio de Janeiro aconteceram em vias municipais (fora das rodovias), sendo que as vítimas tinham entre 18 e 24 anos. O resultado da imprudência foi mais de mil mortes de homens no período, um número quatro vezes superior ao de vítimas mulheres.
Principais fatores de risco – Segundo o Ministério da Saúde, os principais fatores de risco, no comportamento masculino relacionados às lesões no trânsito são dirigir sob o efeito do álcool, não usar capacete, não usar cinto de segurança e dirigir acima do limite de velocidade. O excesso de velocidade e a condução sob o efeito do álcool aumentam significativamente o risco de envolver-se em um sinistro, ao passo que a não utilização do cinto de segurança e do capacete têm um grande impacto sobre a gravidade das consequências de um acidente.
A gerente de Educação para o Trânsito da Transalvador (Gedut – BA), Mirian Bastos, destaca que o motivo pelo qual homens costumam se envolver em mais acidentes do que as mulheres, está relacionado ao comportamento dos condutores. “Já é cultural. Percebe-se que o espírito de competitividade, aliado à falta de respeito às regras de convivência, é muito forte entre o público masculino. Trata-se de uma característica do gênero. As mulheres são mais prudentes e costumam estar mais atentas às normas de segurança, principalmente quando são mães”, diz.
Na opinião de Luiz Gustavo Campos, diretor e especialista em trânsito da Perkons, o comportamento ao se conduzir efetivamente salva vidas. “Conduzir é uma ação que requer responsabilidade, seriedade e exige atenção total ao tráfego e ao entorno para que todos possam seguir seguros. Conduzir é um ato de cidadania”, comenta.