“O consumo de bebidas alcoólicas e o do tabaco aumenta substancialmente os riscos dos tumores cancerígenos da boca”, alerta o médico oncologista Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de oncologia clínica da Unifesp, da Uninove e da Escola de Medicina da Universidade do Algarve (Portugal).
O especialista explica que os homens brancos, na faixa etária entre 50 e 70 anos, estão entre aqueles que mais apresentam esse tipo de câncer. O câncer pode surgir nos lábios, nas estruturas da boca como gengivas, bochechas, céu da boca e, principalmente, nas bordas e na região em baixo da língua. “A doença pode se manifestar por lesões na boca ou nos lábios, e demoram mais de 15 dias para cicatrizar. Em muitos casos, são acompanhadas de sangramento. As manchas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengiva, céu da boca ou bochechas também devem ser analisadas por um médico”, orienta Ramon de Mello.
O pesquisador da Unifesp esclarece que, dependendo da fase do tumor, o paciente pode apresentar nódulos no pescoço, dificuldade de mastigar, engolir e até falar. “Em alguns casos, a pessoa pode não conseguir movimentar a língua como fazia anteriormente e apresentar a sensação de algo incômodo na garganta. Independentemente do quadro apresentado, é importante procurar um médico para um melhor diagnóstico”, recomenda o oncologista.
“Assim como qualquer outro tumor cancerígeno, o diagnóstico precoce é essencial para alcançar um resultado positivo do tratamento. A prevenção inclui ainda o uso de protetor solar para os lábios e sexo oral protegido para evitar infecção pelo vírus HPV, que está relacionado a alguns casos de câncer de orofaringe.