REINALDO SILVA
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A cada 100 imóveis visitados pelos agentes de endemias de Paranavaí, em média 1,5 abrigava criadouros do mosquito transmissor da dengue, Aedes aegypti. O índice de infestação predial deixou o município em situação de médio risco e voltou a acender o sinal de alerta sobre o risco de uma epidemia da doença.
O levantamento abrangeu todos os bairros e mostrou que as maiores concentrações de focos do Aedes aegypti estão nas regiões do Jardim Ouro Branco, Silvio Vidal, Ouro Verde, Sumaré e Jardim América. São mais comumente encontrados em vasos de plantas, bebedouros de animais e em lixo espalhado pelos quintais.
O diretor da Vigilância em Saúde, Natan Gonçalves Tobias, afirma que os esforços para conter o avanço do Aedes aegypti são diários: palestras semanais nas escolas municipais, vistorias de rotina e eliminação de focos dentro das residências são algumas atribuições dos 40 agentes de combate a endemias que fazem o trabalho de campo.
“Quando é constatada uma situação crítica, que não basta uma advertência, é aberto processo administrativo sanitário, que pode gerar multa com valor médio de R$ 400”, explica o diretor da Vigilância em Saúde. Este ano já foram instaurados 20 processos, sendo que quatro resultaram em multa.
A intenção é ampliar o alcance das ações de prevenção e combate à dengue. Por isso a Administração Municipal está contratando mais 11 agentes e já alterou a legislação que define o teto de servidores para essa função específica, passando de 60 para 86. “Com isso, vai ser possibilitada a contratação de mais agentes após abertura de novo concurso público.”
Mesmo sem a ampliação do quadro de agentes de combate a endemias, a Vigilância em Saúde deve redobrar os esforços para eliminar os possíveis criadouros do mosquito. Neste sábado (12), a equipe participará de uma ação organizada pela Sociedade de São Vicente de Paulo, no Conjunto Habitacional Flávio Ettore Giovine, com objetivo de recolher lixo espalhado pelas vias públicas e em terrenos baldios.
Lira – Este foi o quarto Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti de 2022. O primeiro, entre os dias 10 e 13 de janeiro, registrou 2,8, também considerado de risco médio. Os seguintes tiveram a mesma classificação – entre 7 e 10 de março, índice de 3,5; de 4 a 7 de julho, índice de 1,6.
Conforme as diretrizes do Ministério da Saúde, o valor ideal, considerado de baixo risco, ocorre quando a média de residências com focos de dengue é menor do que um para cada grupo de 100. Quando o índice ultrapassa 4, a situação é apontada como de alto risco.
De acordo com a Vigilância em Saúde, de 1º de agosto até quinta-feira (10), Paranavaí teve 40 casos confirmados de dengue, sem mortes provocadas pela doença.
Sempre que um caso suspeito de dengue é registrado, a equipe de saúde faz o chamado bloqueio no quarteirão da residência em que o paciente mora e no entorno. A estratégia inclui pulverização de veneno para erradicar o mosquito e eliminação de possíveis focos de larvas.
Prevenção – O diretor da Vigilância em Saúde afirma que a melhor forma de prevenir a dengue é evitar a proliferação do Aedes aegypti, “eliminando água armazenada [em objetos] que podem se tornar criadouros: vasos de plantas, galões de água, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção e até mesmo recipientes pequenos, como tampas de garrafas”.
Natan Tobias também chama a atenção para a necessidade de fazer o armazenamento correto do lixo, mantendo sempre tampado e seco, jamais descartando em terreno baldio.
Algumas situações no dia a dia podem reduzir a exposição à ação dos mosquitos, por exemplo, a aplicação de repelentes e inseticidas, sempre seguindo as instruções do rótulo, e o uso de mosquiteiros para dormir.